Football Leaks

Football Leaks. O ataque informático ao MP terá sido feito com as credenciais de um antigo diretor do DCIAP. A PGR “não fazia ideia”

Rui Pinto enfrenta uma acusação de 90 crimes relacionados com o Football Leaks.
Rui Pinto enfrenta uma acusação de 90 crimes relacionados com o Football Leaks.
Sonja Och / Der Spiegel

"Ninguém na PGR fazia ideia do que se tinha passado", declarou o inspector José Amador, da Polícia Judiciária, sobre o ataque informático que o Ministério Público imputa a Rui Pinto no processo do Football Leaks

Miguel Prado

José Amador, que já vai em três dias de depoimentos, indicou em tribunal que, depois da detenção de Rui Pinto, a análise forense aos discos apreendidos em Budapeste revelou vários acessos indevidos.

"Quando começámos a fazer a análise no contexto forense a PGR aparecia bastas vezes", descreveu, indicando que foram encontrados ficheiros de processos em segredo de justiça e documentos do DCIAP. "O Dr. Amadeu Guerra terá sido uma das grandes portas de entrada", acrescentou.

O inspetor afirmou que o ataque, através das credenciais de Amadeu Guerra, ex-diretor do DCIAP, recorreu a uma operação de phishing, mas José Amador não soube precisar quanto tempo durou a intrusão.

José Amador analisou ainda esta quarta-feira diversos contratos da Doyen publicados no blog Football Leaks, bem como os contornos dos ataques informáticos à PLMJ, à Federação Portuguesa de Futebol e à PGR.

O inspetor da PJ continuará a ser ouvido esta quinta-feira, como testemunha do Ministério Público, respondendo a questões da procuradora Marta Viegas.

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