O ex-sócio e presidente da Doyen Sports Investments, Nélio Lucas, classificou como "uma excelente decisão" a Doyen ter escolhido Malta para a sua sede, uma vez que se tratou de uma jurisdição europeia, que facilitou a concretização de negócios ao abrigo de acordos para evitar a dupla tributação. "Malta era um país da União Europeia, não era o Ruanda ou o Bangladesh", afirmou Nélio Lucas no julgamento de Rui Pinto.
No seu depoimento, o ex-sócio (20%) da Doyen revelou que os donos da empresa, a família Arif, através de Malik Ali chegaram a equacionar o Dubai como sede para a Doyen, mas a escolha acabou por recair em Malta. Em tribunal, Nélio Lucas referiu ser "uma coisa normalíssima" abrir uma empresa em Malta.
Nélio Lucas também explicou que outra empresa de Malta à qual estava ligado, a Vela Management, "fazia a gestão diária das atividades".
No seu depoimento, notou que a Doyen era uma sociedade comercial, e não um fundo, diferença também sublinhada pela sua advogada, Sofia Ribeiro Branco, mas acabou por admitir que tinha a intenção de vir a converter a Doyen num fundo de investimento.
"Não era um fundo nem chegou a ser, mas poderia vir a ser no futuro", referiu, admitindo que em muitos contratos a Doyen era de facto referida como um fundo, apesar de juridicamente não o ser. "A própria imprensa é que nos chamavam fundo", acrescentou Nélio Lucas, ao que a juíza Margarida Alves comentou que "a imprensa pode ser culpada de muita coisa, mas os próprios clausulados dos contratos se referiam à Doyen como fundo".
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