O coordenador da área de combate ao cibercrime da Polícia Judiciária (PJ), Carlos Cabreiro, qualificou como "pouco profissional" o comportamento da inspetora Aida Freitas, que admitiu ter assinado sem ler o relatório que a PJ fez em 2015 da operação montada com a Doyen para tentar descobrir a identidade do autor de Football Leaks.
"Em 26 anos nesta unidade fui também agente, fiz centenas de relatos de diligência externa e nunca tive uma atuação deste tipo, que foi pouco profissional", afirmou Carlos Cabreiro, ouvido como testemunha no julgamento de Rui Pinto.
"Na minha carreira nunca vi um episódio desta natureza", reiterou.
Carlos Cabreiro notou que não houve uma reunião com Aida Freitas antes do seu depoimento no julgamento, mas sim uma conversa para a informar de que tinha sido arrolada como testemunha para o julgamento de Football Leaks.
O responsável do cibercrime da PJ diz ainda não conseguir perceber por que a inspetora assinou sem ler o relato da operação de 2015 numa área de serviço na A5, envolvendo uma equipa da PJ a vigiar um encontro entre Nélio Lucas (sócio da Doyen), o seu advogado, Pedro Henriques, e o então advogado de Rui Pinto, Aníbal Pinto.
Nessa conversa anterior ao julgamento, Carlos Cabreiro diz que Aida Freitas não mencionou o que viria a assumir em tribunal, de ter assinado o relato sem ler. "A inspetora disse apenas "se não me lembrar de alguma coisa remeto para o auto que assinei"".
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: mprado@expresso.impresa.pt