Marque 15 de setembro na agenda. Marque mesmo: vem aí o documentário sobre Schumacher, Michael Schumacher

A expectativa está em contagem decrescente
Corria a temporada de 1991 quando um jovem piloto alemão de 22 anos foi chamado pela Jordan para pilotar no emblemático circuito de Spa-Francorchamps, substituindo o belga Bertrand Gachot no Grande Prémio da Bélgica, depois de este último ter sido preso em Londres por uma agressão a um taxista.
Schumacher era, à data, um ilustre desconhecido no paddock mas era visto como uma jovem promessa em quem a Mercedes depositava muitas esperanças, o que levou a construtora a pagar 300 mil dólares à Jordan por uma vaga onde Michael pudesse mostrar o seu potencial.
Uma única corrida bastou para atrair a atenção de Flavio Briatore, chefe de equipa da Benetton, que ficou impressionado com o sétimo lugar conseguido na grelha de partida pelo “rookie” e o levou para a escuderia italiana ainda nessa temporada. O resto é História, de muitos sucessos, coroada com sete títulos mundiais, dois pela Benetton e cinco pela Ferrari, onde estabeleceu uma das maiores hegemonias a que a Fórmula 1 já assistiu. E o resto é também uma história trágica — o acidente enquanto esquiava.
Passaram 30 anos desde aquele 1991 e esta sexta-feira foi anunciado que o documentário intitulado “Schumacher” vai estrear-se na Netflix a 15 de setembro.
O filme contará a vida e a carreira de Michael Schumacher, desde a infância quando corria de kart, em Kerpen, até se tornar uma das maiores lendas da F1.
“Michael Schumacher redefiniu a imagem de um piloto profissional e estabeleceu novas práticas. Na sua busca pela perfeição, nunca deixou de exigir mais de si mesmo nem da equipa, conduzindo-os aos maiores sucessos. Ele é admirado em todo o mundo pelas suas qualidades de liderança”, afirma Sabine Kehm, assessora de imprensa que o acompanhou durante grande parte da carreira.
O documentário, produzido por Benjamin Seikel e realizado por Vanessa Nocker, conta com entrevistas à família Schumacher, como a mulher, Corinna, e os filhos Gina e Mick, que este ano se estreou na Fórmula 1 ao volante da Haas.
“O maior desafio para os realizadores foi encontrar o equilíbrio entre relatos independentes e a consideração pela família”, conta a realizadora do documentário, uma vez que Michael Schumacher sempre polarizou opiniões. “Corinna foi o nosso maior apoio. Ela queria fazer um filme autêntico, para mostrar o Michael tal como ele é, com todos os altos e baixos, sem qualquer superficialidade. Foi suficientemente grande para nos deixar fazer o que queríamos, por isso respeitamos os seus limites”, assegura Vanessa Nocker.
Há também testemunhos de Bernie Ecclestone, o antigo patrão da Fórmula 1, de Luca di Montezemolo, além de Flavio Briatore e Jean Todt, os dois chefes de equipa com quem partilhou muitas conquistas.
Não faltam também intervenções de protagonistas que partilharam o grid com Michael Schumacher, como os rivais Damon Hill, Mika Hakkinen e David Coulthard. Nem mesmo o tetracampeão mundial Sebastian Vettel, atual piloto da Aston Martin, fica de fora no momento de falar sobre o ídolo de infância.
Michael Schumacher aposentou-se da Fórmula 1 no ano de 2012, quando abandonou a Mercedes sem grande glória, e desde 2013, na sequência de um grave acidente enquanto esquiava, pouco mais se soube sobre o seu estado de saúde.
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