Há canções, filmes e até pessoas que por serem tão icónicos, tão eles próprios, tão distintos dos demais, entram numa espécie de categoria à parte. Kimi Raikkonen é uma dessas figuras. Ele é conhecido pelas suas respostas monossilábicas, pela sua eterna falta de paciência para toda a fanfarra à volta da Fórmula 1, por ser irascível e é provável que seja por isso mesmo que é um dos pilotos que os adeptos mais gostam.
E é bom que os adeptos aproveitem estes próximos meses de má-disposição e gritos de Raikkonen para os seus engenheiros naquele inglês cheio de sotaque, porque em 2022 não haverá Kimi no Mundial de Fórmula 1. O habitualmente tão pouco palavroso finlandês, que completa 42 anos em outubro, usou-as em quantidade bastante apreciável para anunciar no Instagram que esta é a sua última temporada na F1. Uma decisão que não é de hoje, apesar do campeão mundial de 2007 só a desvendar agora.
“This is it. Esta vai ser a minha última temporada na Fórmula 1. É uma decisão que tomei no último inverno. Não foi uma decisão fácil, mas depois desta época é hora de fazer coisas novas. Mesmo que a temporada ainda esteja a decorrer, queria agradecer à minha família, a todas as minhas equipas, a todos os que estiveram envolvidos na minha carreira de piloto e especialmente a todos os adeptos que torceram por mim ao longo de todos estes anos. A Fórmula 1 pode estar a acabar para mim, mas há muito mais na vida que eu quero experimentar. Vêmo-nos por aí depois de tudo isto!”, escreveu o finlandês da Alfa Romeo.
Kimi Raikkonen é o recordista de corridas iniciadas na F1, com 341, um recorde batido em 2020, no GP Eifel. O finlandês chegou à categoria máxima do desporto automóvel em 2001, já tido como um prodígio da velocidade. Um ano na Sauber bastou para que a McLaren o contratasse, terminando em 2.º lugar em 2003 e 2005.
Saltou a seguir para a Ferrari, em 2007, e logo no primeiro ano na scuderia sagrou-se campeão mundial. Em 2009, depois de uma época desastrosa da equipa italiana, surpreendeu toda a gente ao deixar abruptamente a Fórmula 1 para se dedicar aos ralis. Mas não demoraria muito a voltar: em 2012 tornou-se piloto da Lotus, voltando à Ferrari em 2014. Desde 2019 que corre na Alfa Romeo.
O score ainda pode melhorar, mas à partida o finlandês sairá da Fórmula 1 com 21 vitória, 103 pódios e 18 poles. E deixará muitas saudades aos adeptos.
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