Para a Federação Internacional do Automóvel (FIA), a temporada de 2021 do Mundial de Fórmula 1 está decidida: o campeonato de pilotos foi ganho por Max Verstappen e o de construtores pela Mercedes. Mas esta pode não ser a decisão final, uma vez que um dos troféus pode vir a trocar de mãos.
Terminada a luta na pista, a equipa de Lewis Hamilton, que se manteve na liderança em relação a Verstappen até à última volta da corrida, já apresentou intenções de recorrer da decisão tomada no passado domingo, tanto durante a corrida, quanto em resposta aos dois protestos apresentados após a corrida e que foram rejeitados pelos comissários.
E agora? Agora, e caso se confirme as intenções da equipa, segue-se um longo processo que não vai decorrer na pista, mas sim nos tribunais.
Uma vez insatisfeitos com a decisão dos stewards, a Mercedes tem a opção de recorrer da decisão junto do International Court of Appeal (ICA), constituído por 36 juízes sem qualquer ligação à FIA.
Para oficializar a decisão de pedir recurso, o primeiro passo foi enviar, até uma hora depois da decisão dos stewards, uma notificação escrita onde ficava clara a intenção de o fazer. Segundo publicação nas redes sociais da Mercedes, esse passo foi cumprido. A equipa terá também que proceder ao pagamento de 6 mil euros.
Mas esta é apenas a intenção da equipa e não o recurso propriamente dito. Para isso, a Mercedes tem 96 horas, desde que foi anunciada a decisão dos stewards, para decidir se avança ou não.
Caso se confirme, seguem-se 15 dias para que a Mercedes detalhe o porquê do seu protesto. Ou seja, em que medida é que as regras da própria FIA não foram cumpridas. E mais 15 dias para que os stewards apresentem a sua resposta.
E como se o processo não fosse já longo até aqui, segue-se mais um período de espera de alguns dias. Depois disso, começam as audiências com um painel formado por três juízes, onde além de serem apresentados os dois lados da situação, poderão também ser ouvidas outras testemunhas.
No final, é tomada uma decisão, sendo que o que parece estar em causa é se a última volta da corrida em Abu Dhabi será ou não anulada. Caso seja, Lewis Hamilton é declarado campeão mundial.
Feitas as contas, os adeptos da modalidade terão pela frente cerca de dois meses de espera. E por muito confusa que a situação pareça, a verdade é que não é nova.
Em 2007, a McLaren levou a decisão do título para a sala de audiências, pedindo a desclassificação dos pilotos Nico Rosberg, Nick Heidfeld e Robert Kubica. Se assim fosse, seria Lewis Hamilton e não Kimi Raikkonen o campeão desse ano. Neste caso, os juízes não mudaram o que decorreu no dia da corrida que foi contestada.
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