Fórmula 1

Agora sim, é oficial. Hamilton deixa a Mercedes no final de 2024 e vai para a Ferrari: “Uma das decisões mais difíceis que tive de tomar”

Agora sim, é oficial. Hamilton deixa a Mercedes no final de 2024 e vai para a Ferrari: “Uma das decisões mais difíceis que tive de tomar”
Dan Istitene - Formula 1

Piloto britânico de 39 anos ativou cláusula que lhe permite sair da Mercedes no final desta época. Hamilton, sete vezes campeão de Fórmula 1, diz estar “entusiasmado com o novo desafio”. E esse desafio chama-se Ferrari, com quem o inglês assinou um contrato “plurianual”, depois de 11 anos com a equipa alemã, com quem venceu seis campeonatos. É o fim de uma era

Em dia de fim de mercado no futebol, ninguém esperaria que a grande bomba no mundo das transferências viria, afinal, da Fórmula 1. E depois de várias horas de rumores, a Mercedes anunciou oficialmente que Lewis Hamilton deixará a equipa no final da temporada de 2024. O destino do sete vezes campeão mundial será a Ferrari, que poucos minutos após um primeiro comunicado da Mercedes anunciou a chegada de Hamilton a partir de 2025, num contrato “plurianual”.

Em comunicado, a Mercedes confirma que Hamilton, que tinha ligação com a equipa alemã até 2025, ativou uma cláusula que lhe permitirá sair no final desta época que ainda está por começar.

“O Lewis Hamilton será sempre uma parte importante da história da Mercedes. Mas sabíamos que esta relação poderia chegar ao fim de uma forma natural em qualquer altura e esse dia chegou agora. Aceitamos a decisão do Lewis de iniciar um novo desafio e estamos entusiasmados com as nossas oportunidades para futuro”, diz Toto Wolff, chefe da Mercedes, num comunicado lançado pela equipa ao final da tarde desta quinta-feira.

No mesmo documento, Hamilton lembra os “fantásticos 11 anos” com a Mercedes, equipa com a qual venceu seis dos seus sete títulos mundiais. “Estou muito orgulhoso do que atingimos juntos. A Mercedes tem sido parte da minha vida desde os meus 13 anos e foi o sítio onde cresci, por isso esta decisão é uma das mais difíceis que alguma vez tive de tomar. Mas esta é a altura certa para dar este passo e estou entusiasmado com o novo desafio que vou ter”, frisou ainda.

Por esta altura, ainda não havia já expectável confirmação que esse novo desafio se chamaria “Ferrari” - e que desafio -, mas a scuderia não demoraria muito mais a anunciar nas redes sociais, de forma curta e lacónica, que Hamilton será piloto da equipa a partir de 2025. O inglês chegará à Ferrari acabadinho de fazer 40 anos, numa decisão sísmica para o panorama da Fórmula 1, seja na grelha como para a própria história da modalidade.

Nos passos de Schumacher

A falta de competitividade da Mercedes, que não conseguiu acompanhar a Red Bull após a entrada do novo regulamento em 2022 - Hamilton leva duas temporadas sem ganhar uma corrida que seja -, terá pesado na decisão do britânico, que ainda almejará ultrapassar Michael Schumacher na lista de maiores vencedores da história da Fórmula 1 - ambos têm sete títulos.

Schumacher que, nos seus dias, também surpreendeu ao sair da vencedora Benetton em 1996 para ir para uma Ferrari que então se passeava no meio do pelotão da Fórmula 1. O alemão demorou, mas tornou o carro italiano numa máquina vencedora, com cinco títulos consecutivos entre 2000 e 2004. Daí para cá, a Ferrari só conseguiu ser campeã de pilotos em 2007, com Kimi Raikkonen, e de construtores em 2008. Levar a Ferrari de novo ao sucesso colocaria Hamilton num panteão difícil de alcançar na história da Fórmula 1.

Na Ferrari, Hamilton terá Charles Leclerc como colega de equipa. O monegasco renovou recentemente com equipa, ao contrário de Carlos Sainz, cujo vínculo termina, precisamente, no final desta época e que já informou também que vai deixar a equipa italiana, prometendo novidades sobre o seu futuro para breve. A decisão de Hamilton provocará, certamente, uma dança de cadeiras na grelha no próximo ano.

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