A Ferrari não consegue entrar nos eixos na Fórmula 1: “Temos pilotos que precisam de se focar em conduzir e falar menos”
Mark Thompson
Lewis Hamilton e Charles Leclerc abandonaram o Grande Prémio de São Paulo, no Brasil, o que levou a críticas por parte do presidente da Ferrari, John Elkann. A Scuderia não tem qualquer vitória esta época e ocupa um modesto quarto lugar no Mundial de construtores
Havia pouco que Charles Leclerc pudesse fazer para evitar ser parte daquele choque em cadeia. No Grande Prémio de São Paulo, o monegasco viu-se envolvido no efeito dominó que começou com um toque de Oscar Piastri em Kimi Antonelli e terminou com o piloto da Ferrari a sair disparado para fora dos limites da pista, órfão de uma roda. O abandono de Lewis Hamilton teve contornos diferentes. O momento fatal para o britânico ocorreu quando se conduziu contra a traseira de Franco Colapinto, danificando a asa dianteira.
A Scuderia deixou o circuito de Interlagos sem angariar pontos, momento particularmente desastroso para as ambições no Mundial de construtores. A McLaren, que já assegurou o segundo título consecutivo, lidera confortavelmente a contenda (756) com um vasto intervalo para a Mercedes (398). A Ferrari surge apenas em quarto lugar (366).
“Temos pilotos que precisam de se focar em conduzir e falar menos.” As críticas assertivas do presidente da Ferrari, John Elkann, estilhaçaram ainda mais os ânimos. O fim de semana no Brasil foi uma “deceção” e o responsável colocou todo o ónus em quem leva as mãos no guiador. “Olhando para o campeonato de Fórmula 1, podemos dizer que temos os nossos mecânicos, que basicamente estão a ganhar o campeonato com o seu desempenho e tudo o que tem sido feito nos pit stops. Os nossos engenheiros, sem dúvida, melhoraram o carro. O resto ainda não está à altura.”
Kym Illman
A Ferrari reforçou a ambição ao contratar o heptacampeão do mundo, mas o primeiro ano de Lewis Hamilton a conduzir o Cavallino Rampante tem sido modesto. O piloto de 40 anos não subiu uma vez ao pódio e está no sexto lugar do Mundial de pilotos. Numa época abaixo dos padrões, confessou estar mentalmente entre “o sonho de conduzir para uma equipa incrível” e “o pesadelo dos resultados”.
Charles Leclerc, quinto classificado, tem tido um contributo superior para a dignidade do desempenho da Ferrari. Com sete pódios, mas igualmente sem vitórias, é detentor dos dois melhores resultados do conjunto italiano esta temporada. No Mónaco e no México, terminou em segundo lugar.
O circo da Fórmula 1 segue agora para Las Vegas, onde a Ferrari nunca ganhou. É um dos três derradeiros Grandes Prémios nos quais Lando Norris (390) vai tentar defender a liderança face à proximidade de Oscar Piastri (366)e Max Verstappen (341).