Futebol feminino

Francisco Neto promete seleção a “procurar fazer o que nunca foi feito”, lutando pelo Mundial pelas “próximas gerações”

Francisco Neto promete seleção a “procurar fazer o que nunca foi feito”, lutando pelo Mundial pelas “próximas gerações”
NurPhoto
Na conferência de imprensa antes da viagem para a Nova Zelândia, onde Portugal jogará, a 22 de fevereiro, contra a Tailândia ou os Camarões no último jogo do play-off para estar, pela primeira vez, no Mundial feminino, o selecionador nacional não se mostrou preocupado com o jet lag nem com a adaptação à Oceânia, mas avisou para os “problemas” que qualquer um dos possíveis adversários pode trazer, rejeitando favoritismos

Play-off histórico

“Sentimos um orgulho imenso por estarmos aqui. O nosso objetivo nos apuramentos é sempre chegar às fases decisivas a depender só de nós. Levamos 12 jogos de qualificação para o Mundial, falta-nos um. É com muito orgulho que iremos fazer esta jornada, vamos procurar fazer o que nunca foi feito e conseguir o acesso a uma fase em que nunca estivemos, representando esta geração e criar impacto e referências para as próximas gerações”

Preparação para o jogo

“Não estamos com as jogadoras desde novembro e o grande objetivo da seleção é, nos primeiros dias, fazermos a adaptação fisiológica, ao jet lag, ao fuso horário. Estamos muito tranquilos porque trabalhamos numa casa carregada de profissionais com muita experiência e nos aportam esse conhecimento. O que faremos, em termos de preparação, é até ao jogo contra a Nova Zelândia [amigável, dia 17], estarmos focados na nossa ideia e forma de jogar. A partir daí, e sabendo quem é o adversário [Tailândia e Camarões jogam a 18], olharemos para o lado estratégico, em função desse adversário. Como é lógico, enquanto equipa técnica, já temos a análise dos dois adversários preparados”

Jogadores que atuam no estrangeiro já tiveram autorização para integrarem estágio?

“Não teremos todas as jogadores a viajar connosco. Vamos viajar agora com 20 jogadoras e há cinco jogadoras que estão no estrangeiro e não tiveram dispensa antecipada. Ao longo da semana, encontrar-se-ão com a equipa, de forma faseada. Irão ter connosco à Nova Zelândia”

Preparação será semelhante à do Europeu?

“É completamente diferente. As jogadoras estão todas a meio da época, em condições muito iguais. Isso permite-nos olhar para a preparação de forma um bocadinho diferente”

Teme mais algum adversário entre Tailândia e Camarões

“Independentemente do adversário, todas as equipas nos vão trazer problemas. É mostrar às jogadoras, em função do adversário que vier, que problemas irá aquela ideia de jogo trazer. Os Camarões irão dar um lado mais físico, mais individual do jogo, a Tailândia problemas mais coletivos, de entre-ajuda, um jogo mais de proximidade. Temos de estar preparados para qualquer cenário. Mas, acima de tudo, sem nunca perder a nossa identidade”

Importância do controlo emocional

“Não acho que haja favoritos. Relembro o que se passou no play-off europeu. Não éramos a equipa mais cotada no ranking e conseguimo-nos apurar. A equipa que vencer, entre Tailândia e Camarões, virá com cultura de vitória e sabe que estará a um jogo de estar na fase final. Estamos a falar de seleções que já estiveram na fase final. Teremos de olhar para o jogo com muita seriedade. Temos expostos a nossas jogadores a contextos altamente exigentes. Jogámos quatro vezes contra os EUA, três vezes delas nos EUA, jogámos contra o Japão, na Algarve Cup temos aumentado o nível de adversidade, temos percorrido o mundo inteiro à procura deste tipo de adversários. Isso tem-nos feito crescer. Mais do que o meu lado emocional, que tem de ser controlado, elas têm sido expostas a este tipo de experiências"

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