Futebol feminino

Ministério Público de Espanha abre processo contra Rubiales por possível agressão sexual a Jenni Hermoso

Ministério Público de Espanha abre processo contra Rubiales por possível agressão sexual a Jenni Hermoso
PIERRE-PHILIPPE MARCOU

O Ministério Público convidou a futebolista Jennifer Hermoso a denunciar o caso. A atleta foi beijada na boca pelo presidente da federação espanhola, que lhe segurava a cabeça com as duas mãos, após a conquista do Campeonato do Mundo de futebol pela seleção espanhola. Hermoso denunciou que o beijo não foi consentido, apesar de o dirigente ter dito que sim. Algumas associações de futebol do país estão a esboçar uma moção de censura contra Luis Rubiales, eleito presidente em maio de 2018

O Ministério Público de Espanha (MP) abriu um processo contra Luis Rubiales, o presidente da federação de futebol do país e, entretanto, suspenso preventivamente pela FIFA, por um delito que poderá ser entendido por agressão sexual.

De acordo com o “El País”, o MP convidou a futebolista Jennifer Hermoso a denunciar o caso. A atleta foi beijada na boca por Rubiales, que lhe segurava a cabeça com as duas mãos, após a conquista do Campeonato do Mundo de futebol pela seleção espanhola. Hermoso denunciou que o beijo não foi consentido, apesar de o dirigente ter dito que sim.

O diário espanhol dá conta ainda de que algumas associações de futebol do país estão a esboçar uma moção de censura contra Rubiales, eleito presidente daquela entidade em maio de 2018.

O episódio, que se seguiu à celebração efusiva e inadequada de Rubiales com uma mão nos genitais, perto da rainha e da filha menor, foi transmitido em direto e imediatamente denunciado pela opinião pública, na imprensa e através das redes sociais. As jogadoras da seleção espanhola renunciaram àquela equipa, um movimento que foi acompanhado por outras dezenas de jogadoras, e a equipa técnica demitiu-se em solidariedade com a vítima, com exceção para o treinador principal, Jorge Vilda, um homem que foi confrontado pela própria equipa nos últimos meses.

Na bagagem de Luis Rubiales, reeleito em setembro de 2020 e um defensor do treinador que levou 15 jogadoras a abandonarem a seleção antes de um Mundial, não faltam escândalos, como recorda este artigo da ESPN. Desde acusações de agressão a uma arquitecta (um caso em que foi absolvido) ao escândalo da Supertaça de Espanha na Arábia Saudita e das negociatas com Gerard Piqué, passando pelas acusações de pagamentos ilegais com dinheiro da federação, que terá custeado ainda algumas festas privadas, visitando ainda as acusações de espionagem do presidente do sindicato de jogadores e de gravar ilicitamente conversas com membros do governo, o rol de polémicas é longo e comprometedor. Para já, a única defensora feroz do dirigente é a sua mãe, que terá entrado em greve de fome pela “caça desumana e sangrenta” ao filho.

Os membros da federação têm agendada uma reunião de caráter “urgente e extraordinária” para esta tarde, às 15h portuguesas.

A Espanha conquistou nas últimas semanas o seu primeiro título mundial de futebol feminino, uma competição que foi disputada na Nova Zelândia e na Austrália. Na final, as espanholas bateram a Inglaterra, por 1-0, com golo de Olga Carmona.

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