Tal como a seleção portuguesa, a seleção masculina espanhola concentrou-se esta segunda-feira tendo em vista os próximos desafios de qualificação para o Euro 2024. Mas antes de se falar de futebol, de resultados e dos jogos com a Geórgia e Chipre, os jogadores espanhóis apresentaram-se na sala de imprensa da Cidade do Futebol de Las Rozas, sede e centro desportivo da Real Federação Espanhola de Futebol, para, em conjunto, apresentarem um comunicado.
Com os quatro capitães à mesa, Álvaro Morata, Rodrigo, César Azpilicueta e Marco Asensio, foi o primeiro, aquele que conta com mais internacionalizações, a falar. O tema, já se sabia, era o caso Rubiales, sobre o qual muitos poucos jogadores se haviam pronunciado. Exceções, por exemplo, para Borja Iglesias, avançado do Betis, que recusou nova convocatória à seleção até o ainda presidente da RFEF (atualmente suspenso) se demitisse. De resto, apenas tíbios comentários.
“Queremos sublinhar várias questões a propósito dos últimos acontecimentos que têm prejudicado a imagem do futebol espanhol”, começou por dizer o avançado do Atlético Madrid, explicando que todos os jogadores presentes na convocatória acordaram com o comunicado conjunto.
“Uma vez mais queremos mostrar uma vez mais o nosso orgulho e as nossas mais sinceras felicitações à seleção feminina pelo título de campeãs mundiais em Sydney. Um feito histórico, carregado de significado, que marcará um antes e um depois no futebol feminino espanhol, inspirando muitas mulheres com um triunfo que tem um valor incalculável”, arrancou assim o porta-voz Morata.
“Queremos lamentar e mostrar a nossa solidariedade com as jogadoras que viram o seu sucesso toldado”, continuou. “Queremos condenar os comportamentos que consideramos inaceitáveis por parte do senhor Rubiales, que não esteve à altura da instituição que representa”, disse ainda, sublinhando que a equipa está “de forma firme e clara ao lado dos valores que representam o desporto”.
Continuando a curta leitura, o atacante, ou melhor, todos os jogadores, frisaram ainda que “o futebol espanhol deve ser um motor de respeito, inspiração, inclusão e diversidade e deve dar o exemplo com as suas condutas tanto dentro como fora de campo”.
Logo de seguida, os futebolistas convocados pediram que os deixassem trabalhar sem ruído, numa semana importante para os objetivos de Espanha em estar no próximo Europeu, para que se pudessem centrar em “questões desportivas”. Não houve direito a perguntas dos jornalistas presentes na sala, com os jogadores a saírem dali para o treino, orientado por Luis de la Fuente, o selecionador que aplaudiu Luis Rubiales, para dias depois pedir desculpa e criticar o comportamento do líder federativo.
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