Futebol feminino

Federação espanhola pede “as mais sinceras desculpas” pelo “dano causado” por Rubiales no dia em que se fala em despedimento do selecionador

Federação espanhola pede “as mais sinceras desculpas” pelo “dano causado” por Rubiales no dia em que se fala em despedimento do selecionador
Denis Doyle/Getty

Ressalvando que os atos de Luis Rubiales “devem atribuir-se única e exclusivamente a ele, o único responsável”, a entidade revelou que está “profundamente triste” com as consequências do comportamento do seu suspenso presidente. Em comunicado revelado esta terça-feira, a federação espanhola dirigiu as desculpas à FIFA, UEFA, federações nacionais, aos e às futebolistas e, especialmente, às seleções de Espanha e Inglaterra, finalista vencida do Mundial. Cerca de uma hora depois, os rumores do despedimento de Jorge Vilda aparecerem

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pediu de forma institucional, através do presidente em funções, Pedro Rocha, as mais sinceras desculpas ao futebol mundial e aos adeptos, pelo comportamento do presidente suspenso Luís Rubiales. Pouco depois, questão de uma hora, vários órgãos da imprensa espanhola começaram a dar conta da saída de Jorge Vilda do cargo de selecionador espanhol.

Vilda conquistou o Mundial feminino, mas há muito que é alvo de críticas externas e da parte das jogadoras, muitas das que venceram o torneio: há um ano, um grupo conhecido como ‘Las 15’ renunciou a ser convocado, em protesto contra o que julgavam ser fracas condições técnicas do treinador. Dessas jogadoras, apenas três voltaram atrás e estiveram no Campeonato do Mundo - entre elas, Aitana Bonmatí, eleita melhor futebolista da competição.

Na carta assinada, esta terça-feira, por Pedro Rocha, a RFEF lamenta “o comportamento totalmente inaceitável do seu máximo representante institucional durante a final [do Mundial feminino] e nos momentos posteriores”, dizendo que o mesmo não corresponde aos valores da sociedade espanhola, dos seus representantes, desportistas e dirigentes.

“O dano causado ao futebol espanhol, ao desporto espanhol, à sociedade espanhola e ao conjunto de valores do futebol e do desporto, foi enorme. Sentimo-nos profundamente tristes com o dano causado e, também por isso, da parte da RFEF devemos pedir as mais sinceras desculpas e ter um compromisso firme e absoluto de que situações como estas não voltem a acontecer”, refere o organismo.

Em causa está ainda o comportamento de Luís Rubiales na final do Mundial feminino, então em funções como presidente, depois de ter agarrado uma jogador e dado um beijo sem consentimento, após ter feitos gestos inadequados quando estava na tribuna e no seguimento da conquista do título mundial por Espanha.

Depois disso, com a toda polémica que se gerou, Luís Rubiales convocou uma Assembleia Geral Extraordinária e disse que não se demitia, apesar da contestação de vários setores do governo e da sociedade em Espanha, e acabou suspenso pela FIFA.

Na carta de hoje, em que se dirige à FIFA, UEFA, Federações nacionais, aos e às futebolistas, especialmente da seleção de Espanha e de Inglaterra, a equipa finalista vencida, a RFEF insiste que o dirigente não representa os valores da Federação ou do país.

“Os seus atos devem atribuir-se única e exclusivamente a ele, é o único responsável pelos seus atos perante a sociedade, perante os órgãos desportivos e, se for caso disso, perante a justiça”, acrescenta a RFEF.

No mesmo documento, o organismo diz estar à disposição do Tribunal Administrativo do Desporto (TAD) e Conselho Superior dos Desportos (CSD) para fornecer o apoio documental e administrativo necessário ao inquérito, a fim de que o mesmo se resolva o mais rapidamente possível.

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