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“Beijo sem consentimento” e “pressão constante”: Ministério Público espanhol indicia Luis Rubiales por agressão sexual e coação

“Beijo sem consentimento” e “pressão constante”: Ministério Público espanhol indicia Luis Rubiales por agressão sexual e coação
Maja Hitij - FIFA

Após a jogadora ter apresentado queixa contra o agora suspenso presidente da federação, o Ministério Público juntou a coação ao delito de agressão sexual, considerando que a futebolista sofreu uma “perseguição” para que “justificasse a aprovasse” as ações de Rubiales

“Beijo sem consentimento” e “pressão constante”: Ministério Público espanhol indicia Luis Rubiales por agressão sexual e coação

Pedro Barata

Jornalista

Menos de 48 horas depois de Jenni Hermoso ter apresentado, formalmente, queixa contra Luis Rubiales devido ao beijo não consentido na final do Mundial, o Ministério Público já deu continuidade aos procedimentos. O agora suspenso presidente da federação espanhola de futebol foi indiciado pelos crimes de agressão sexual e coação.

O Ministério Público levou o caso à audiência nacional, um tribunal em Madrid que deverá, agora, iniciar a fase de instrução do processo, devendo decidir que tribunal central de instrução assumirá a investigação. Esse, por sua vezes, decidirá se é aberto um procedimento penal contra Rubiales.

Olhando aos factos que decorreram depois de, na entrega de prémios que se seguiu à conquista do título Mundial pela Espanha contra Inglaterra, em Sydney, o Ministério Público juntou a coação à agressão sexual.

Segundo o comunicado, citado pelo “El País”, Rubiales deu “um beijo na boca, enquanto agarrava com as duas mãos a cabeça de Jennifer Hermoso, sem o consentimento” da futebolista. Além disto, e justificando a coação, o Ministério Público alega que “depois deste acontecimento, a jogadora, assim como as suas pessoas mais próximas — família e amigos —, sofreram uma pressão constante e reiterada por parte do senhor Rubiales e das suas pessoas próximas, com a finalidade de que, publicamente, justificasse e aprovasse o ato cometido contra a sua vontade”.

Entende-se que Hermoso sofreu “uma situação de perseguição, em contra do desenvolvimento da sua vida em paz, tranquilidade e liberdade”.

Depois de, em agosto, terem sido abertas investigações pré-processuais, o caso contra Rubiales segue, assim, o seu caminho. A fase de instrução pode, agora, durar até seis meses. O presidente suspenso pode incorrer numa pena de prisão de até quatro anos.

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