Futebol feminino

Dois meses após o caso Rubiales, Jenni Hermoso está de regresso à seleção espanhola

Dois meses após o caso Rubiales, Jenni Hermoso está de regresso à seleção espanhola
Angel Martinez

Depois de falhar a primeira convocatória da nova selecionadora, Montse Tomé, Hermoso foi chamada para os jogos com Itália e Suíça, a contar para a Liga das Nações

Lusa e expresso

A futebolista internacional espanhola Jenni Hermoso está de regresso à seleção, depois de ter sido ‘poupada’, como medida de proteção, nos jogos anteriores, face à polémica vivida na final do Mundial.

A avançada tinha ficado de fora da convocatória para os jogos de setembro da Liga das Nações, com a Suécia e Suíça, já após a saída do anterior selecionador, Jorge Vilda, e a entrada da adjunta Montse Tomé. Após a primeira chamada de Tomé, em que não estava, Hermoso criticou as justificações da nova selecionadora perguntando: “Proteger-me de quê? Ou de quem?”.

“Falámos com ela. Senti-a melhor. Vimos o seu rendimento nos jogos e fez três golos em quatro jogos. Já sabemos a jogadora que é. Temos vontade de a ver, de começar a treinar, competir", sublinhou Tomé durante a conferência de imprensa em que apresentou a nova lista. “Houve alguma especulação mas na primeira convocatória não havia qualquer problema com ela. Tomámos a decisão de ela não vir para a proteger e porque acreditávamos naquele momento que era o melhor para ela e para todos. Foi uma decisão desportiva, mas as decisões desportivas, no final, englobam muitas coisas”, continuou.

Jenni Hermoso esteve no epicentro da polémica, quando após a final em que a Espanha conquistou o título mundial, disputada em Sydney diante da Inglaterra (1-0), foi beijada na boca pelo antigo presidente da Federação, Luís Rubiales.

A situação originou acusações de parte a parte, com a jogadora a afirmar que não foi um beijo consentido, ao contrário do que disse o anterior presidente, num incidente que implicou uma queixa-crime e a ida a tribunal de Rubiales.

O anterior presidente foi também suspenso pela FIFA e convidado a demitir-se por parte de várias instâncias da sociedade, num cenário que, inicialmente, recusou, mas que acabou por concretizar em 10 de setembro.

“Após a rápida suspensão da FIFA, além dos demais processos abertos contra mim, é claro que não poderei retornar ao meu cargo. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol”, assinalou então o antigo presidente da RFEF.

A seleção feminina espanhola, que, além de Jenni Hermoso, também fez regressar Ivana Andrés, Salma Paralluelo e Esther González, visita a Itália (27 de outubro) e a Suíça (31 de outubro) nos próximos jogos do grupo 4 da Liga das Nações.

De fora continuam Mapi León e Patri Guijarro, do Barcelona, duas jogadoras que já não estiveram no Mundial, por desencontros com a federação, e que abandonaram também a última concentração por considerarem que as mudanças na RFEF não haviam sido suficientes. Monte Tomé diz que as jogadoras não mais voltaram a contactar a federação para um possível regresso e que respeita a decisão.

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