A pouco mais de 72 horas para o encontro mais importante da jovem história do Racing Power Football Club, o ambiente é de felicidade. Afinal de contas, não é para todos ser fundado em 2020, escalar da terceira para a primeira divisão em três anos, terminar em terceiro na época de estreia na I Liga, chegar às meias-finais da Taça da Liga e à final da Taça de Portugal.
O breve percurso do Racing é feito de êxito, com duas subidas de divisão seladas sem derrotas e uma época 2023/24 “incrível”, como descreve Mariana Campino, uma das jogadoras. Não obstante, o som que domina o cenário a três dias de defrontar o Benfica não vem de nenhuma jogadora, não é produzido por um dirigente, não sai da boca do treinador.
Pelo impacto sonoro, e até visual, o Racing não é o reino de qualquer um destes protagonistas. Não é, sequer, o feudo de um ser humano. Aqui, numa manhã envergonhada de maio, mostra-se que o Racing Power é o reino de Panda, o “Pandinha”, apadrinhado por todas e todos como “a mascote” do clube, como lhe chama Mariana Duarte, uma das principais dirigentes do emblema.
O Panda é o cão do senhor Manso, o motorista do imponente autocarro da equipa principal. Aqui o “feminina” não faz sentido, porque só há uma, numa entidade exclusivamente dedicada ao futebol jogador por meninas e mulheres.
Antes, durante e depois do treino, o companheiro de quatro patas do plantel vai fazendo ouvir a sua voz, com um ladrar não propriamente doce, mas altivo e orgulhoso. Falando com a Tribuna Expresso, o senhor Manso gaba-se das “qualidades de cantor” do seu companheiro, que só parece verdadeiramente sossegado quando ao colo do homem que conduz o Racing, levando a sensação da época nacional pelos caminhos da sua vida nómada, fazendo do cruzar da ponte 25 de abril uma rotina praticamente diária.
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