Ainda há coisa de meio ano estávamos aqui a falar do investimento quase surreal que os clubes chineses faziam para atacar o campeonato - e dos milhões em salários oferecidos a Tevéz, Oscar ou Witsel - e agora chega o outro lado da moeda, que faz aumentar os receios de que possamos esta perante um caso de gigante com pés de barro.
Isto porque 13 dos 16 clubes da Super Liga chinesa estarão em situação de incumprimento e arriscam não competir na próxima temporada se tudo não estiver regularizado até dia 15 de agosto. As dívidas dizem respeito a salários, transferências e bónus. A CFA, a Federação Chinesa de Futebol, enviou uma carta aos clubes em causa, lembrando os mesmos que “quem falhar a resolução das dívidas ou falhar o prazo de pagamento será excluído de qualquer liga de futebol profissional da China em 2018, de acordo com o Regulamento de Inscrição dos Clubes Profissionais da CFA”.
De acordo com o "Daily Mirror", o Guangzhou Evergrande, de Luiz Felipe Scolari, o Shanghai SIPG, de André Villas-Boas, e o Shanghai Shenhua estão dentro da “lista negra” e apenas o Yanbian Fude, o Henan Jianye e o Guizhou Hengfeng cumpriram todas as suas obrigações financeiras.
Uns negam, outros nem por isso
Vários dos emblemas alegadamente envolvidos já desmentiram a existência de salários em atraso, bem como dívidas a outros clubes. É o caso do SIPG, que nas redes sociais deixou uma mensagem em que assegura ter “pago todas as dívidas em outubro”.
“Já enviámos os comprovativos à CFA e podemos certificar que o clube não tem neste momento problemas de dívidas”, pode ler-se na mensagem. O Jiangsu Suning, o Shandong Luneng e o Beijing Guoan também publicaram comunicados semelhantes, ainda que a equipa da capital admita que que está a ser acusada pela Confederação Asiática de Futebol (AFC) de dever dinheiro ao Flamengo pela transferência do médio Renato Augusto, que se mudou para a China em 2016.
O Shanghai Shenhua, equipa que está a pagar €37,5 milhões por época a Carlos Tevéz, admitiu à Reuters que está a investigar o caso e que pagará qualquer valor em falta “o mais rapidamente possível”. Citado pelo jornal de Hong Kong “South China Morning Post”, o porta-voz do clube admite, para já, dívidas no âmbito do mecanismo de solidariedade e compensação.
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