Futebol internacional

As causas e as contradições políticas de Diego Armando Maradona, o futebolista que tinha tatuagens de Che e Fidel

Maradona mostra a Fidel Castro a tatuagem do cubano na sua perna, durante um encontro a 29 de outubro de 2001, no Palácio da Revolução, em Havana
Maradona mostra a Fidel Castro a tatuagem do cubano na sua perna, durante um encontro a 29 de outubro de 2001, no Palácio da Revolução, em Havana
Reuters
Além de um futebolista talentoso, Diego Armando Maradona foi uma personalidade política. Foi íntimo de líderes socialistas revolucionários, tomou partido por causas e tornou-se porta-voz dos mais desfavorecidos. “A trajetória de Maradona representa a encarnação de um mito popular da cultura argentina, ‘a saga do pibe de ouro’”, diz ao Expresso um antropólogo brasileiro, que ajuda a desvendar o carisma do futebolista

Margarida Mota

Jornalista

É consensual que Diego Maradona foi uma lenda do futebol mundial, mas o impacto da sua personalidade não se esgotou nos relvados. Fora dos estádios, o argentino abraçou causas políticas, tornou-se voz dos mais desfavorecidos e assumiu-se como ponta de lança da esquerda revolucionária latinoamericana.

Tornou-se próximo de líderes como o cubano Fidel Castro, os venezuelanos Hugo Chávez e Nicolás Maduro e o boliviano Evo Morales, e adotou o seu discurso anti-imperialista. “Todas essas figuras expressam de modo coerente a atitude de ‘rebeldia contra os poderosos’ que sempre marcou a trajetória de Maradona”, comenta ao Expresso o antropólogo brasileiro Édison Gastaldo, que tem vários livros publicados na área do futebol.

“As tatuagens que fez representando Che Guevara [no braço direito] e Fidel Castro [‘o mais sábio de todos’, segundo Maradona, na sua perna esquerda, também a mais sábia] ajudam a compor esta representação mediática, vinculando-o ao atrevimento de, representando um pequeno país, desafiar as grandes potências em nome de suas crenças”, prossegue o especialista.

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