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“Quero que fique claro que o Leo queria ficar. Não temos margem salarial”: as explicações do presidente do Barcelona para a saída de Messi

“Quero que fique claro que o Leo queria ficar. Não temos margem salarial”: as explicações do presidente do Barcelona para a saída de Messi
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Joan Laporta disse que a “massa salarial representa 110% das receitas do clube”. O presidente disse ainda que não tinham conhecimento do cenário quando entrou em Camp Nou e que os números “são muito piores” do que suposto. A auditoria destapou uma realidade bem pior do que imaginavam, admitiu, garantindo ainda que o limite salarial imposto pela La Liga, mesmo com Messi fora da equação, está nos 95%

Tribuna Expresso

“Bom dia, estou aqui para explicar a situação com Messi. Infelizmente recebemos uma herança nefasta”, começou por dizer Joan Laporta. O presidente do Barcelona deu esta manhã uma conferência de imprensa onde explicou a saída de Lionel Messi, a figura maior da história do clube catalão que até deu o OK para um contrato de cinco anos: "Chegámos a apertar as mãos".

O presidente dos culés disse que a “massa salarial representa 110% das receitas do clube”. Ou seja, “não temos margem salarial”. Laporta disse que não tinham conhecimento deste cenário quando entraram em Camp Nou e que os números “são muito piores” do que lhe havia sido transmitido anteriormente. A auditoria destapou uma realidade bem pior do que imaginavam, admitiu, garantindo ainda que o limite salarial imposto pela La Liga, mesmo com Messi fora da equação, está nos 95%.

“As perdas previstas são muito elevadas, as dívidas previstas são elevadas. Não temos margem salarial”, insistiu. “Para cumprir o fair-play da La Liga, tínhamos de aceitar o acordo da La Liga que hipotecava durante meio século os direitos televisivos de um clube com 120 anos de liga. Um clube está por cima de todos. De jogadores, do melhor do mundo, do presidente e de tudo.”

Laporta explicou que a inscrição de Lionel Messi estava refém da aceitação de uma “operação que não era interessante para o Barça”. Esta história diz respeito à compra de 11% da Liga espanhola pelo fundo CVC.

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“Entendemos que não temos de aceitar uma hipoteca dos direitos televisivos do Barça durante meio século”, continuou Laporta. “Quero que fique claro que o Leo queria ficar e que o clube queria que ele ficasse. Chega um momento em que numa negociação tens de analisar a coisa com rigor e com números. A norma da La Liga podia ser mais flexível, mas isso não é desculpa porque já a conhecíamos. Estou triste, mas creio que fizemos o melhor para o Barça.”

Sobre o futebolista, Joan Laporta mencionou “um legado excelente”. E acrescentou: “É o jogador com mais títulos na história do clube. Deu muitas alegrias, uma ilusão coletiva. Muitas imagens para a história. Temos um agradecimento eterno”. Mais tarde diria: "Gostava de estar aqui com o Leo, que é o sonho de todos os culés, mas temos de viver no mundo real".

Será impossível um acordo, apesar de tudo?, perguntaram-lhe. “Eu não quero gerar falsas esperanças. Há um tempo limite e o jogador tem outras propostas. O jogador também precisa de um tempo para poder avaliar e executar as outras opções que tem.”

Laporta deu conta de que Messi facilitou sempre, que tentou ficar. E deu um exemplo da boa vontade do argentino, que passava por jogar dois anos e que fossem pagos durante cinco anos. “Pensávamos que isso poderia encaixar no critério da La Liga. Noutros países funciona e aqui não se aceita.”

E agora? "Começa uma nova era na história do Barça, que tem de ser esplendorosa", afirmou. "Tomámos decisões justas e lógicas. Acredito que era um momento importante. Vi a cara dos capitães. O espírito da equipa tem de estar alto nesta nova era. Estes jogadores têm de provar o seu talento. Temos de explicar aos novos jogadores que este é um clube com 122 anos de história."

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