Os deuses, os santos e os postes foram todos convocados para o jogo mil de Mourinho. Foi eletrizante, com a vitória a surgir ao minuto 90 e o empate a fugir ao Sassuolo ao minuto 93, porque o avançado estava em fora de jogo. Quando Cristante fez o um a zero, o Sassuolo já tinha criado oportunidades de golo, mas Mourinho é assim, não se importa que os outros joguem bonito se no fim a equipa dele ganhar.
Mas, a verdade é que nem sempre funciona assim e já depois do empate, foi São Patricio, por duas vezes, a salvar a Roma de uma derrota. E, com cinco minutos para acabar o jogo, foi o poste esquerdo a travar a bola. Mas também aconteceu que só os deuses impediram que a Roma tivesse marcado por duas vezes, quando a bola andou em cima da linha da baliza do Sassuolo e mais uma que bateu na trave.
No fim ganhou Mourinho, porque tinha de ser assim.
A Roma, que teve em Totti a sua última vedeta das que ascendem diretamente ao Olimpo quando terminam a carreira (aconteceu em 2017), mesmo tendo a jogar Mancini e Pelegrini, vê em Mourinho a figura maior da equipa.
O bom arranque, duas vitórias nas duas primeiras jornadas, com a possibilidade de fechar a terceira jornada no trio (com Nápoles e Milan) liderante do campeonato davam o salero que Mourinho precisava para o jogo mil da sua carreira.
José Mourinho esteve mais tempo de pé que sentado, protestou quando tinha de protestar, foi falando com os seus jogadores para corrigir posições ou a tática do jogo. O grande momento de Mourinho surgiu com o 2-1, todo o estádio parecia seguir atrás dele, atravessou o campo e foi directo à Curva Sud, para agradecer a uma claque que não se calou um minuto a puxar pela Roma.
Estão em primeiro, por terem mais golos marcados que o Milan e o Nápoles, mas será que ter Mourinho chega para lutar pelo título? Não me pareceu!
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