Não é de hoje que Toni Kroos não tem pejo em dizer o que pensa sobre o lado mais negro do futebol. Foi assim quando criticou a escolha do Catar como sede do Mundial de 2022 e o recente despejar de dinheiro da Arábia Saudita na contratação de jogadores também não lhe passa ao lado.
Quando na última semana ficou claro que Gabri Veiga, jovem espanhol de 21 anos, que na última temporada despontou no Celta, seria reforço do Al Ahli, o internacional alemão comentou as notícias nas redes sociais com um simples porém enfático: “Constrangedor”. E agora, numa entrevista à edição germânica da “Sports Illustrated” vai ainda mais longe, recusando, pelas suas convicções, um dia juntar-se à liga da Arábia Saudita.
O pobre registo de direitos humanos do país é a razão: “Era algo que me impediria de fazer essa mudança”. Kroos diz que cada um “deve tomar essa decisão por si mesmo”, lembrando Cristiano Ronaldo, que foi para o Al Nassr no que se prevê ser a sua última aventura no futebol internacional. “Mas torna-se muito difícil quando jogadores ainda no pleno das suas carreiras, que têm qualidade para jogar nos melhores clubes da Europa, decidem fazer essa mudança”, continua o médio do Real Madrid, rejeitando que o façam por ambição: “Dizem que ali se joga futebol com ambição mas o importante é o dinheiro”.
Kroos não tem dúvidas que uma transferência de um jogador para a Arábia Saudita é “uma decisão por dinheiro e que vai contra o futebol”, lamentando o que está a acontecer ao “futebol que todos conhecemos e amamos”.
O jogador diz ainda que o mais provável é não voltar ao futebol alemão para acabar a carreira e que o futuro passará por Madrid, Não só no Real Madrid mas também até quando decidir deixar os relvados, já que a família está muito adaptada à vida na capital espanhola.
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