O Bayer de Xabi Alonso e Grimaldo voa na Bundesliga, mas uma cláusula permite que o técnico troque Leverkusen por três velhos conhecidos
INA FASSBENDER/Getty
Os ‘farmacêuticos’ lideram a liga alemã, levando nove vitórias e 37 golos marcados em 10 encontros nesta época, mas o trabalho do antigo médio pode, segundo o “Bild”, ser interrompido a partir do verão de 2024 caso haja uma proposta de Real Madrid, Liverpool ou Bayern Munique. Um dos destaques da equipa é Grimaldo, que continua a ser ignorado pela seleção espanhol e se desfaz em elogios ao seu treinador, ainda que reconheça que a decisão de não renovar com o Benfica tenha sido “difícil”
A Bundesliga é o território do Bayern Munique. Com 11 triunfos seguidos na competição, na Baviera mora um gigante habituado a recrutar o que de melhor se cria em Dortmund, Leverkusen ou Gelsenkirchen, secando o que floresce à sua volta para acentuar a sua ditadura. No entanto, este ano, há um clube que ameaça este domínio… enquanto teme vir a ser vítima do saque que o Bayern costuma fazer.
Depois de ter assumido o comando técnico do Bayer Leverkusen na época passada, Xabi Alonso está a ter uma primeira temporada completa no clube de grande impacto. Com nove vitórias e um empate em 10 jogos na época, com um saldo de 37 golos marcados e sete sofridos, os ‘farmacêuticos’ lideram a Bundesliga com 19 pontos, mais um que o Estugarda e mais dois do que Bayern e Borussia Dortmund.
Em Leverkusen mora o clube que mais vezes foi segundo (cinco) sem nunca ter sido campeão da Bundesliga, mas há esperanças de que, com o basco no banco e Alejandro Grimaldo, Victor Boniface, Florian Wirtz, Edmond Tapsoba ou Granit Xhaka no campo, a maldição seja quebrada. Só que o êxito pode ter um reverso da medalha.
Segundo o “Bild”, o Bayern Munique é um de três clubes pelos quais Xabi pode trocar o Bayer no próximo verão. Segundo o jornal alemão, o antigo médio especialista em passes longos tem uma cláusula no seu contrato que permite, a partir do final desta temporada, sair de Leverkusen para o Real Madrid, o Liverpool ou o Bayern Munique.
INA FASSBENDER/Getty
Qualquer um destes movimentos reencontraria o campeão da Europa em 2008 e 2012 e o campeão do mundo em 2010 com clubes marcantes da sua trajetória enquanto futebolista. Pelo Liverpool atuou entre 2004 e 2009, vencendo a Liga dos Campeões em 2004/05; no Real Madrid esteve entre 2009 e 2014, ganhando la décima em Lisboa, quando viu a final nas bancadas da Luz, por estar castigado; no Bayern atuou até 2017, quando acabou a carreira, ganhando a Bundesliga três vezes.
Estes rumores juntam-se a outros que têm sido lançados em torno do basco. A “Marca” já noticiou que Alonso é o favorito para suceder a Carlo Ancelotti no Santiago Bernabéu, em 2024/25. Xabi tem contrato em vigor nos ‘farmacêuticos’ até 2026.
O protagonismo de Grimaldo
Vários destaques individuais têm contribuído para o êxito do Bayer. Na frente, Victor Boniface, recrutado ao Royale Union Saint-Gilloise, da Bélgica, soma nove golos e três assistências em 10 compromissos. Mais atrás, Xhaka trouxe a sua liderança do Arsenal e o fenómeno Florian Wirtz, de 20 anos, é outro jovem alemão que parece destinado a ser alvo da cobiça do Bayern. Na defesa, Edmond Tapsoba, ex-Vitória SC, é indiscutível e, atuando a ala esquerdo de uma estrutura de três centrais, há um nome marcante do passado recente do futebol português.
Alejandro Grimaldo chegou esta época, depois de não ter renovado contrato com o Benfica, e não demorou tempo a ganhar a confiança de Xabi Alonso. O canhoto brilhou com um livre ao seu estilo no empate em Munique, o único encontro que o Bayer não venceu nesta campanha.
Descrevendo o lance, Grimaldo, que também marcou de livre ao Mainz, explica, ao “Bild”, que treina livres há 15 anos e que se inspira em Gareth Bale, Cristiano Ronaldo e Juninho Pernanbucano.
Pilar do Benfica entre 2016 e 2023, o espanhol foi quatro vezes campeão nacional, tendo sido, na época passada, o principal núcleo criador de futebol ofensivo de Roger Schmidt. Também ao “Bild”, o lateral assume que a decisão de não renovar pelo Benfica foi “difícil”, porque viveu “anos incríveis em Lisboa”, mas reconhece o “papel decisivo” de Xabi na transferência, classificando-o como um “treinador excelente” que “ganhou tudo como jogador”.
Grimaldo confessa que Roger Schmidt, ex-técnico do Bayer, lhe “falou muito bem de Leverkusen” e até “ajudou com dicas sobre onde deveria procurar casa”. No Benfica, o espanhol fez 303 partidas. Sobre a luta pelo título, utiliza o clássico “vamos jogo a passo, passo a passo”.
Internacional nas camadas jovens, o canhoto continua a ser ignorado pela seleção principal. Sem qualquer chamada durante os anos na Luz, o destaque na Bundesliga também não está a ser suficiente para convencer Luis de la Fuente, que na derradeira lista optou por Alejandro Balde, do Barcelona, e Fran García, do Real Madrid, para o lado esquerdo da defesa.
Grimaldo reconhece que, no passado, “provavelmente ficaria muito zangado” por não ser escolhido, mas que tal já não sucede, servindo para o “motivar ainda mais”. “Esperava ser convocado, mas a seleção espanhol tem excelentes jogadores. Continuarei a trabalhar e talvez, nalgum momento, tenha a oportunidade”, desejou o valenciano de 28 anos.