A notícia veio do nada e dada pelo próprio à “P1”, uma estação de rádio da Suécia. “A doença que tenho é séria. No melhor dos cenários, tenho um ano de vida. No pior, muito menos. É impossível dizer ao certo, portanto, o melhor é não pensar nisso”, disse o antigo treinador, ao revelar que lhe foi diagnosticado um cancro terminal.
Aos 75 anos, Sven-Goran Eriksson trabalhou pela última vez no Karlstad, um clube do seu país, como diretor-desportivo. Abandonou o cargo há 11 meses, provavelmente devido a este diagnóstico. Na década passada, o técnico saltou de cargo em cargo com menor notoriedade no futebol, mas, sobretudo no final do último século, teve uma carreira sempre a cortejar a notoriedade.
Eriksson surgiu no falatório do futebol pelo Gotemburgo, onde foi campeão sueco e conquistou a Taça UEFA de 1981, títulos que levaram o Benfica a contratá-lo. Num par de épocas, entre 1982 e 1984, sagrou-se bicampeão nacional e venceu uma Taça de Portugal com várias lendas do clube como Humberto Coelho, Carlos Manuel, Chalana ou Nené. Quiçá o maior dos feitos tenha sida o par de finais europeias.
Em 1983, perdeu a Taça UEFA para o Anderlecht. Na segunda vida no Benfica - regresso em 1989 e manteve-se até 1992 -, foi derrotado pelo AC Milan na decisão da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Antes e depois da primeira passagem pelos encarnados contou muitos anos no futebol italiano, entre Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio, provocando a maior festa neste último: em 2000, conquistou a Série A com a equipa da capital. Tinha Sérgio Conceição e Fernando Couto na equipa.
De lá saiu para seis anos enquanto selecionador de Inglaterra, um dos cargos mais mediáticos que há no futebol. Esteve em dois Mundiais (2002 e 2006) e um Europeu (2004), nunca logrando montar uma equipa capaz de lutar seriamente por canecos com a geração de Beckham, Gerrard, Lampard, Scholes e Alan Shearer. Abandonou o cargo no auge de um escândalo de infidelidade escancarado nos tabloides ingleses.
Ainda iria ao Campeonato do Mundo de 2010 num breve trabalho na seleção da Costa do Marfim. Depois, experimentou vários clubes de menor relevo: esteve no Al-Nasr dos Emirados Árabes Unidos (2012/13), trabalhou em três clubes chineses entre 2013 e 2017, despediu-se do papel de treinador em 2019, após orientar a seleção das Filipinas em nove jogos.
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