A CAN 2024 é a mais lusófona de sempre. Pela primeira vez, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau estão no torneio maior do futebol africano, sendo que há três treinadores portugueses — Pedro Gonçalves em Angola, Rui Vitória no Egito e José Peseiro na Nigéria — nos bancos do torneio, também o maior número da história.
Com tanta lusofonia, o futebol que se está a jogar na Costa do Marfim está a sorrir a vários dos representantes que falam português. O maior destaque é Cabo Verde, que se tornou na primeira seleção da CAN 2024 a selar a passagem aos oitavos-de-final.
Os tubarões azuis entraram com uma vitória histórica, por 2-1, contra o Gana, uma das potências clássicas do continente. Depois disso, na segunda jornada, bateram, por 3-0, Moçambique, num duelo cheio de grandes golos. Bebé, aquele que um dia assinou pelo Manchester United e se destaca pelo otimismo a rematar de longe no Rayo Vallecano, abriu o marcador num livre ao seu estilo. Ryan Mendes e Kevin Lenini fizeram o resultado final.
Com este resultado, Cabo Verde iguala a prestação da última edição, quando só caiu perante o Senegal, que venceria o troféu. Moçambique, com um ponto, terá de vencer o Gana na derradeira ronda para se estrear na fase a eliminar de uma CAN.
Quem também tem razões para sorrir é Angola. Os palancas negras abriram a sua participação empatando (1-1) com a Argélia e, agora, fizeram ainda melhor, superando a Mauritânia por 3-2. Gelson Dala, que passou por Sporting e Rio Ave, bisou, com Gilberto a também marcar.
Com quatro pontos, Angola lidera o grupo D, em que o Burquina Faso tem, também, quatro pontos, com a Argélia com dois e a Mauritânia com zero. Como, além dos dois primeiros, passam aos oitavos-de-final quatro dos seis terceiros, é possível dizer que os homens de Pedro Gonçalves têm a presença na fase seguinte bem encaminhada, repetindo o que lograram em 2008 e 2010.
A outra participante lusófona não está a ter uma CAN tão feliz. A Guiné-Bissau perdeu os dois desafios que realizou, primeiro contra a Costa do Marfim, por 2-0, e depois contra a Guiné Equatorial, por 4-2.
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