Futebol internacional

Federação Espanhola de Futebol demite diretores que foram detidos por suspeitas de corrução

Federação Espanhola de Futebol demite diretores que foram detidos por suspeitas de corrução
Europa Press News

A entidade cortou ligações com o diretor de serviços jurídicos e com quem era responsável pelos recursos humanos, ambos implicados na investigação aos contratos assinados para levar a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita

Os dirigentes da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) implicados numa investigação de corrupção foram demitidos, esta quinta-feira, pelo organismo, que lhes abriu ainda processos disciplinares.

O diretor de serviços jurídicos, Pedro González Segura, e o seu diretor de recursos humanos, José Javier Jiménez, ambos detidos na quarta-feira na sequência das buscas realizadas na sede da RFEF, em Las Rozas, um subúrbio de Madrid, são dois dos principais implicados.

Do mesmo modo, foi rescindido contrato com a sociedade de advogados de Tomas González Cueto, igualmente detido num processo de alegada corrupção, gestão fraudulenta e branqueamento de capitais.

Além da sede da RFEF, a polícia realizou igualmente buscas na residência do seu antigo presidente, Luis Rubiales, em Granada, mas o antigo responsável máximo federativo, suspenso e indiciado por agressão sexual a futebolista da seleção feminina campeã do Mundo, está na República Dominicana, devendo apresentar-se em 6 de abril às autoridades.

Rubiales alega que a polícia agiu no âmbito de uma investigação judicial sobre contratos supostamente irregulares dos últimos cinco anos, nomeadamente o que permitiu transferir a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita, para onde se deslocou a final-four desde 2020.

Esta aposta terá sido feita a troco de 40 milhões de euros por ano e foi intermediada pela empresa Kosmos, do antigo defesa internacional Gerard Piqué, do FC Barcelona.

Depois da divulgação de gravações áudio de conversas entre Rubiales e Piqué, nas quais falavam de comissões no valor de vários milhões de euros, as autoridades espanholas iniciaram em 2022 uma investigação.

Rubiales garante que a RFEF “não pagou, não está a pagar e não pagará um único euro de comissão a ninguém por este acordo”, defendo a legalidade do acordo, tal como Piqué o fez em abril de 2022, revelando-se “orgulhoso” pela concretização do mesmo. A Espanha vai organizar, com Portugal e Marrocos, o Campeonato do Mundo de futebol de 2030.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt