Futebol internacional

Ministério Público espanhol pede dois anos e meio de prisão para Rubiales por beijo não consentido e pressão exercida sobre Jenni Hermoso

Ministério Público espanhol pede dois anos e meio de prisão para Rubiales por beijo não consentido e pressão exercida sobre Jenni Hermoso
Eurasia Sport Images
Na sequência do ocorrido depois da final do Mundial feminino, o MP já fez saber a pena que solicita para o então presidente da federação espanhola, que está desde outubro banido pela FIFA. Num caso à margem das suspeitas de corrupção nos contratos que levaram a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita, pede-se, ainda, ano e meio de prisão para o ex-selecionador, o ex-diretor de marketing e o antigo diretor da seleção masculina
Ministério Público espanhol pede dois anos e meio de prisão para Rubiales por beijo não consentido e pressão exercida sobre Jenni Hermoso

Pedro Barata

Jornalista

Em janeiro, a Audiência Nacional, um tribunal de Madrid, decidiu que Luis Rubiales, antigo presidente da federação espanhol de futebol, iria mesmo a julgamento no âmbito do caso do beijo não consentido que deu a Jenni Hermoso, na sequência do Mundial feminino de futebol, a 20 de agosto. Ora, agora já se sabe a sanção que é pedida para o ex-dirigente: dois anos e meio de prisão, bem como inabilitação, durante o mesmo período, para trabalhar no desporto e proibição de comunicar ou de aproximar-se menos de 200 metros da vítima durante quatro anos.

Esta pena foi pedida pelo Ministério Público espanhol, dizendo respeito tanto ao beijo não consentido, como à pressão exercida pela futebolista depois da cerimónia de entrega de medalhas, a qual se seguiu ao triunfo, na final de Sidney, de Espanha sobre Inglaterra. Em tribunal, Hermoso já reiterou que o beijo não foi consentido e que, tanto no voo de regresso a Espanha, como nos dias seguintes, sentiu-se "constantemente incomodada” pelos envolvidos, sendo obrigada a alterar a sua vida normal e vivido tempos de “desassossego e tristeza”.

O Ministério Público de Espanha pediu, ainda, um ano e meio de prisão para Jorge Vilda, antigo selecionador, Rubén Rivera, ex-diretor de marketing da federação, e Albert Luque, diretor da federação masculina e antigo futebolista internacional, devido a “pressões e coação” exercidas durante o processo. Vilda já negou ter pressionado Hermoso a ajudar Rubiales, que em outubro foi banido pela FIFA, durante três anos, de“todas as atividades relacionadas com futebol”.

Este processo é separado de outro problema jurídico que, na semana passadas, se levantou para Rubiales. A federação espanhola foi investigada por suspeitas de corrupção nos contratos que levaram a Supertaça do país para a Arábia Saudita, em acordos que remontam ao período em que Rubiales liderava a entidade.

Em causa estão supostos contratos irregulares firmados algures durante os últimos cinco anos e haverá suspeitas de crime de corrupção e branqueamento de capitais. A federação já demitiu os dirigentes que foram detidos por suspeitas de corrupção.

A casa de Rubiales foi alvo de buscas, mas o andaluz não foi detido por estar, há mais de um mês, na República Dominicana. Numa entrevista que deu ao “El Español”, o antigo presidente disse que voltará a Espanha a 6 de abril, altura em que se colocará “totalmente à disposição” das autoridades, assegurando que “jamais fez” algo de “errado”. A agência EFE informa que, quando aterrar em solo espanhol, Rubiales será detido.

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