Futebol internacional

VAR em perigo de vida? Clubes ingleses vão votar fim da tecnologia e há quem assuma não a querer ver à frente

VAR em perigo de vida? Clubes ingleses vão votar fim da tecnologia e há quem assuma não a querer ver à frente
Jack Thomas - WWFC

O Wolverhampton vai levar à reunião de final de época, onde se juntam os clubes da Premier League, uma proposta para terminar com o VAR na temporada 2024/25. O clube diz que a tecnoclogia “está em desacordo com o espírito do jogo”. Qualquer alteração que resulte do encontro que se vai realizar no próximo mês depende de 14 votos a favor dos 20 emblemas que se vão sentar à mesa

Ainda não está celebrada uma década desde a introdução do VAR em grandes competições e a tecnologia que permite ter árbitros em teletrabalho, a auxiliarem a condução de um jogo, começa a reunir o seu grupo de antis. Uma época menos bem conseguida e está encontrada a razão para despedir treinadores e despachar jogadores num rodízio que só se evita com o sucesso. As estruturas que suportam o futebol iam estando salavaguardadas pela legitimidade que lhes dá o longo período de reflexão que antecede alterações fundamentais no funcionamento do jogo, mas a paz acabou-se.

O Wolverhampton atravessa uma temporada volúvel. Os lobos vão terminar o campeonato contra o Liverpool, em Anfield – figurando na despedida de Jürgen Klopp –, e correm o risco de que o sorriso seja tingido pela cor da camisola amarela. A equipa que começou a temporada a ser treinada por Julen Lopetegui, antes de Gary O’Neil assumir o lugar, habilita-se a terminar a liga com uma vitória nos últimos dez jogos.

As jornadas da Premier League vão-se esgotar sem o Wolverhampton conseguir bilhete para as competições europeias e o dedo está apontado a um fator. “Depois de cinco temporadas de VAR na Premier League [foi introduzido na temporada 2019/20], é hora de um debate construtivo e crítico sobre o seu futuro".

O clube onde atuam os portugueses José Sá, Toti Gomes, Nélson Semedo e Pedro Neto sentiu-se prejudicado por decisões de arbitragem ao longo da época e, além de emitir um comunicado, propôs que a continuidade do VAR fosse votada na reunião de final de temporada em que participam todos os emblemas da Premier League e que se vai realizar em junho. Para motivar o fim do VAR, são precisos 14 votos favoráveis dos 20 clubes da Premier League.

“A nossa posição é que o preço que estamos a pagar por um pequeno aumento na precisão está em desacordo com o espírito do nosso jogo e, dessa forma, devemos removê-lo a partir da temporada 2024/25”, afirma o 13.º classificado da Liga Inglesa.

Tony Scholes, diretor para o futebol da Premier League, explicou, na visita que a Tribuna Expresso fez às intalações do VAR, em Stockley Park (Londres), que a tecnologia é um caminho sem retorno. O VAR é “um enorme benefício e, no final, os clubes querem é decisões corretas o mais frequentemente possível”, referiu o responsável que admite o “impacto na experiência do adepto".

As críticas à existência no VAR não são novas. O treinador do Benfica, Roger Schmidt, considera que “no geral, o VAR não é positivo para o futebol”, tal como disse em novembro de 2023. O alemão prefere “as decisões tomadas no campo” e alerta que quando “os árbitros sabiam que não tinham VAR, tomavam as decisões com mais responsabilidade”.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: fsmartins@expresso.impresa.pt