BBC: “Ten Hag enfrenta uma semana decisiva no comando técnico do United.”; Sky Sports: “A pressão sobre Ten Hag cresce à espera do que suceda nos próximos dois jogos.”; Independent: “Ten Hag está debaixo de fogo.” The Guardian: “O futuro de Ten Hag depende dos próximos dois encontros.”
As frases são todas da autoria da imprensa inglesa nos últimos dias. Mas, olhando aos últimos dois anos, soam-nos incrivelmente familiares.
“É uma das piores exibições do Manchester United com o Ten Hag”, disse, após a derrota por 3-0, em casa, contra o Tottenham, Gary Neville, talvez a mais influente voz no espaço público sobre os red devils.
Ao ler esta descrição do homem que jogou 602 vezes pelo United, ficamos com a ideia ainda mais nítida de já ter vivido isto. Sim, o 3-0 contra os spurs pode ser a pior prestação do United com Erik ten Hag. Então e os outros 3-0 sofridos em Old Trafford perante Liverpool, Newcastle, Bournemouth e City? E os 4-0 contra o Crystal Palace ou o Brighton? E os 6-3 contra o City em 2022? E aqueles 7-0 encaixados em Anfield?
Parece que já estivemos aqui em tantas ocasiões, tudo em apenas dois anos e poucos meses desde que Ten Hag foi contratado. Gary Neville a dizer que é o pior United de sempre. Os jornais comentando que o futuro do técnico depende dos próximos jogos. Gareth Southgate a fazer e desfazer malas rumo a Old Trafford.
Bem-vindos ao ciclo do United de Erik: contratar um bando de jogadores ex-Ajax no verão, somar derrotas duras, estar à beira do despedimento, conseguir um par de vitórias salvadoras. Repetir.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt