Duas semanas após ser condenado à queda na Ligue 2, o clube treinado por Paulo Fonseca viu o recurso que apresentou levar ao anular da descida. Os esforços de Michele Kang, a nova presidente do Olympique de Lyon após John Textor se demitir, deram resultado
Jornalista
John Textor parecia um homem tranquilo até 25 de junho. Apesar da forte ameaça de descida de divisão que pairava sobre o Olympique de Lyon (OL), clube detido pelo empresário, o norte-americano ia expressando o seu otimismo.
O proprietário do Eagle Football Group, conglomerado que reúne, além do OL, o Crystal Palace — em processo de venda — ou o Botafogo, viu o sorriso sair-lhe da face há duas semanas. As engenharias financeiras apresentadas por Textor não convenceram a DNCG, órgão de controlo financeiro da Ligue 1, que confirmou uma decisão provisória de novembro e decretou a descida do Lyon à Ligue 2.
Com uma dívida de €174 milhões, o histórico clube, campeão francês sete vezes seguidas (2002-2008), caiu devido aos constrangimentos financeiros. A sentença era passível de recurso, mas John Textor, já não um homem tranquilo, demitiu-se da presidência depois de conhecido o veredicto, ainda que se mantivesse como proprietário da equipa que é treinada por Paulo Fonseca.
E foi aqui que entrou Michele Kang. A empresária e filantropa norte-americana nascida na Coreia do Sul não é um nome novo no futebol, já que é dona das Washington Spirit, nem é uma novidade no universo do Olympique Lyonnais, na medida em que é proprietária da equipa feminina, que foi vendida e separada da entidade que detém o conjunto masculino. Foi Kang quem assumiu a presidência do Lyon depois da demissão de Textor.
Em poucos dias, Kang conseguiu uma espécie de milagre. Na sequência de jornadas intensas, teve uma audiência com o comité de recurso do órgão de controlo financeiro da Ligue 1, a qual durou mais de duas horas e meia. A DNCG foi sensível aos argumentos e reestruturação realizada, aceitando o recurso e anulando a descida de queda à Ligue 2. O Lyon comprometeu-se a reduzir a sua massa salarial e os custos gerais do clube.
Em comunicado, o Lyon diz que “comemora” a decisão, agradecendo ao comité de recurso “por reconhecer a ambição da nova administração do clube”, que está “determinada a garantir uma gestão séria no futuro”. Jean-Michel Aulas, presidente durante 36 anos e líder da era dourada dos gones, agradeceu o “empenho” de Michele Kang, que “corajosamente ofereceu as garantias esperadas para preservar o futuro do clube”.
Paulo Fonseca, que já iniciou os trabalhos de pré-época com o plantel, fica assim com a certeza de que, dentro de algumas semanas, estará no principal escalão gaulês. O Lyon participará, também, na Liga Europa.
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