Os primeiros minutos da transmissão televisiva quase fizeram acreditar que existiam mais israelitas em Oslo do que adeptos da seleção da Noruega. A atenção das câmaras focou uma tarja nas mãos do público visitante onde se lia “deixem a bola falar”. No entanto, o jogo de apuramento para o Mundial não foi só sobre futebol.
O hino de Israel inaugurou a cerimónia protocolar, mas os assobios e vaias sobrepuseram-se. Por razões de segurança, 3.000 lugares foram deixados vagos ao redor dos israelitas presentes nas bancadas. Entre o público da casa, pareceu existir uma posição consensualizada quanto ao conflito apaziguado pelo cessar-fogo anunciado esta semana. Viram-se bandeiras da Palestina e cartões vermelhos contra a presença de Israel nas competições da UEFA e da FIFA.
Antes do encontro, a presidente da federação norueguesa anunciou que a receita resultante da venda de bilhetes seria doada aos Médicos Sem Fronteiras em Gaza. “O futebol não é nada comparado com a paz”, disse Lise Klaveness.
Fora do estádio, as manifestações também se notaram. Segundo a “NRK”, mais de 1.000 pessoas protestaram no exterior do Ullevaal. O mesmo meio conta que existiu uma greve de 15 minutos nos transportes públicos a uma hora do encontro se iniciar.
Segundo o “The Guardian”, as autoridades locais aplicaram medidas antiterroristas e reforçaram o controlo aéreo sobre o estádio. Ainda assim, logo aos seis minutos, um ativista invadiu o campo.
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