Foi a primeira de duas partes de mais uma entrevista de Piers Morgan a Cristiano Ronaldo. A última provocou a rutura definitiva entre o jogador português e o Manchester United. Nesta, Cristiano promete ser mais “bom rapaz”.
Mas não faltou o tema Manchester United ou Amorim numa primeira fatia em que o avançado do Al-Nassr falou ainda do seu primeiro golo como profissional ou do momento da reforma, que se aproxima.
Sobre o seu primeiro clube no estrangeiro, para onde voltou em 2021 num regresso pouco feliz, Cristiano assume que ainda fica amargurado com a situação atual da equipa. “Fico triste por um dos mais importantes clubes do mundo, e um que tenho no meu coração, por razões óbvias. É preciso ter pessoas inteligentes para criar uma base. O Manchester United não tem estrutura. Espero que tudo mude num futuro próximo”, sublinhou, lembrando que os red devils devem perceber que não estão “no caminho certo”.
Questionado sobre Ruben Amorim, Ronaldo acredita que o treinador português está a fazer o seu melhor. “Mas o que é que ele vai fazer? Milagres? Dizemos em Portugal que milagres só em Fátima”, continuou, lembrando que os problemas da sua antiga casa não serão resolvidos apenas “mudando treinadores e jogadores”.
Sobre o último jogo de Portugal, em Alvalade frente à Hungria, em que os magiares chegaram ao empate depois do mais internacional dos jogadores portugueses ter sido substituído, Cristiano Ronaldo sublinhou que entendeu as opções de Roberto Martínez. “Às vezes pensas que a maneira mais fácil é a melhor maneira, mas eu também tenho de me colocar na cabeça do treinador. Se calhar queria manter o resultado, fazer entrar um jogador mais fresco. Eu percebo e tenho de concordar”, apontou, lembrando que ser substituído já não é, para ele, “um problema”.
A reforma e o primeiro golo
Cristiano Ronaldo assume que pensa na reforma e que esta vai acontecer “em breve”, não adiantando, no entanto, uma data. “Acho que vou estar preparado. Vai ser duro? Sim. Vai ser difícil? Sim. Provavelmente vou chorar, mas é normal, não vou manter os meus sentimentos cá dentro”, frisou, revelando a Piers Morgan que prepara o momento do adeus e o seu futuro fora do futebol desde que tinha “25 ou 26 anos”.
O tempo de reformado será para dedicar “à família”, aos filhos, “principalmente a Bella, que só tem três anos”. Cristiano diz que quer também estar mais atento à adolescência de Cristiano Ronaldo Jr.: “Está naquela idade em que se fazem algumas parvoíces. Normal, eu fiz o mesmo.”
“Acho que vou fazer coisas engraçadas, coisas que não podia fazer antes. Porque eu agora tenho de viver o futebol 24 horas por dia”, frisou ainda, já depois de lembrar com um grande sorriso o seu primeiro golo, marcado em 2002, frente ao Moreirense. “Devias ver o golo, foi incrível. Foi o momento em que as pessoas disseram: ‘Este tipo vai ser um bom jogador.’ Mesmo com apenas 17 anos, eu era mais rápido que os outros, mais esperto do que os outros.”
Na segunda parte da entrevista, Cristiano Ronaldo falará do Mundial dos Estados Unidos e da morte de Diogo Jota.
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