"Tive a felicidade de partilhar o sucesso desportivo do mister Vitor Oliveira na época 1996/97, quando ambos estivemos em Coimbra. Foi ele que me proporcionou essa possibilidade, porque fui para a Académica de Coimbra com 21 anos, à experiência, vindo do Anadia FC. Foi ele que não só permitiu que eu fosse contratado numa primeira fase para poder ser emprestado novamente como também foi ele que depois da pré-época disse ‘não, este menino já não sai daqui, vai ficar no plantel connosco’.
Passados todos estes anos, depois de já ter deixado de jogar, posso dizer que provavelmente foi a pessoa que mais influência tenha tido na minha carreira porque foi quando ela começou exatamente. Foi com ele que me estreei no futebol profissional. O meu primeiro contrato profissional é proporcionado por ele. Ele acaba por mudar o rumo da minha vida. E acabamos por ser todos muito felizes nesse ano porque subimos à I divisão.
Por isso foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte dele. Não tenho nada em particular a acrescentar àquilo que toda a gente conhece dele. O Vítor Oliveira é um treinador tremendamente reconhecido por todos os amantes do futebol e foi sempre aquilo que demonstrou publicamente, uma pessoa educadíssima, de uma generosidade tremenda, com uma sabedoria que foi aumentando com o passar dos anos. O Vitor dizia quando achava que tinha que o dizer, tanto quando reconhecia as coisas boas como as más. Era uma pessoa transparente. E quem privou mais de perto com ele sabe que sempre foi genuíno.
Enquanto esteve no futebol foi sempre altamente profissional, uma pessoa querida e respeitada pela totalidade do futebol em Portugal e isso diz muito da personalidade e da pessoa que ele era.
Julgo que ele ele tinha posto um ponto final na carreira para poder estar mais sossegado e perto da família e poder usufruir um bocadinho da sua reforma e meia dúzia de meses depois de deixar a carreira de treinador surge esta fatalidade que lhe tira a vida.
Agora o mais importante é relembrar uma pessoa que foi uma referência a nível nacional enquanto jogador, enquanto treinador, independentemente de ter feito feliz tantas equipas, nomeadamente aquelas que subiram de divisão.”
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