Agente que agrediu repórter de imagem da TVI foi sócio de Alexandre Pinto da Costa na Energy Soccer
Pedro Pinho, amigo de longa data e ex-sócio do filho do presidente portista, foi identificado pela GNR no final do empate do FC Porto na casa do Moreirense. Agente e acionista da Energy Soccer está ligado a várias transferências de jogadores portistas
Pedro Pinho, filho do antigo presidente do Rio Ave, José Maria Pinho, mantém há uma década ligações ao FC Porto na intermediação de compra e venda de jogadores. Após quatro anos de sociedade com Alexandre Pinto da Costa na Energy Soccer, o filho do presidente portista deixou de ser acionista da empresa que entre 2012 e 2016 recebeu quase €600 mil de comissões da SAD azul e branca.
A separação dos amigos de longa data aconteceu em 2017, depois de adeptos e antigos dirigentes do FC Porto terem contestado as negociações de jogadores efetuadas entre uma empresa maioritariamente detida pelo filho de Jorge Nuno Pinto da Costa, ligação considerada um foco de “conflito de interesses e eticamente reprovável”.
Na altura, os números que vieram a público diziam que a Energy Soccer, detida então em 60% por Alexandre Pinto da Costa, teria recebido cerca de €2 milhões de comissões de intermediação, valor negado pelos 'Dragões' e pela Energy Soccer, empresa de mediação, gestão de carreiras e representação de futebolistas.
Entre os negócios efetuados, a empresa declarou a intermediação de Carlos Eduardo, jogador adquirido ao Estoril Praia SAD por €900 mil e posteriormente vendido ao Al Hilal, tendo a Energy Soccer faturado €100 mil. A venda de Quaresma ao Besiktas (€1,5 milhões) rendeu à sociedade €156 mil, enquanto as transferências de Rolando, Álvaro Pereira e Christian Atsu proporcionaram um encaixe financeiro de €16,6 milhões ao clube e €305 mil aos sócios da empresa intermediária.
Pedro Pinho, próximo de Nélio Lucas, ex-CEO da Doyen, também intermediou em parceria com o controverso fundo de investimento Doyen Sports a contratação do internacional brasileiro Casemiro, proveniente do Real Madrid e cedido por empréstimo ao FC Porto. O agente que agrediu esta segunda-feira o repórter da TVI esteve ainda ligado à saída de Aboubakar, por empréstimo, para o clube turco Besiktas, negócio que rendeu à Energy Soccer €244 mil.
No final do ano passado, Nélio Lucas confirmou no Tribunal Central Criminal de Lisboa, na 26ª sessão do julgamento do processo 'Football Leaks', ter pago €700 mil à Energy Soccer de uma comissão de €1,26 milhões recebida pela Vela Management, empresa também ligado ao ex-administrador da Doyen, que reiterou o seu orgulho nas negociações efetuadas com Alexandre Pinto da Costa: "Se puder fazer mais algum com ele, farei", afiançou no final da audiência aos jornalistas.
Em outubro de 2020, Pinto da Costa garantiu em entrevista à TVI que o filho não está mais envolvido nas transferências do clube 'azul e branco', cuja única ligação atual é, segundo o pai, de sócio há 52 anos.