O julgamento do caso e-toupeira está perto do fim. Esta quarta-feira, no Campus da Justiça, foram realizadas as alegações finais por parte do Ministério Público e da defesa do ex-assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, e dos funcionários judiciais José Silva e Júlio Loureiro.
Segundo a acusação do Ministério Público, José Augusto Silva seria corrompido por Gonçalves oferecendo bilhetes para jogos do Benfica a troco de obter informação em segredo de Justiça sobre processos judiciais que envolviam o SLB e os seus rivais.
O Ministério Público pediu agora a condenação dos arguidos. Em causa estão crimes de acesso indevido, corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato ou violação de segredo de justiça.
Segundo a Lusa, Paulo Gonçalves pediu a palavra para dizer: "Penso que o tribunal já percebeu quem é o arguido Paulo Gonçalves. Poderia dizer como católico praticante que me preocupo só com a justiça divina, mas isso não é verdade. Também me preocupo com a justiça dos homens e estive sempre aqui, embora pela justiça pública já esteja condenado. Em face do que se passou e da postura que demonstrei, que o tribunal faça a justiça do tribunal e não a justiça da opinião pública.".
Ao Expresso, Rui Pedro Pinheiro, advogado de Júlio Loureiro, conta que as três defesas pediram a absolvição dos arguidos. "A prova produzida pelo MP foi zero. Nós é que fomos produzindo prova." E faz uma analogia com o mundo do futebol: "O MP queria tudo neste jogo e perdeu por falta de comparência."
Além da absolvição, a defesa de Paulo Gonçalves pediu a nulidade do processo no âmbito da lei dos metadados.
A leitura da sentença está marcada para o próximo dia 4 de novembro às 14h30, no Campus da Justiça.
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