Futebol nacional

Cinco anos após a separação do Belenenses e antes de ‘morrer’, a B SAD é despromovida do futebol profissional

Cinco anos após a separação do Belenenses e antes de ‘morrer’, a B SAD é despromovida do futebol profissional
Gualter Fatia/Getty
Ao perder no play-off contra o Länk Vilaverdense, o clube que andou às turras com o clube do qual se separou em 2018 foi despromovido à Liga 3, na mesma época em que o Belenenses regressou à II Liga. E foi com um insucesso desportivo que a B SAD se despediu antes do desaparecimento (vai fundir-se com a SAD do Cova da Piedade)

Em junho de 2018, tumultuosos diferendos entre a SAD e clube do Belenenses começaram a forçar uma separação que nunca fora umbilical: os sócios da instituição sediada no Restelo votaram, em maioria, para se separarem da Sociedade Anónima Desportiva, sabendo que tal significaria que o emblema teria de recomeçar do zero. E lá foi o Belenenses para a catacumba das distritais enquanto a outro emblema ficou na I Liga.

Essa equipa foi o Belenenses SAD, perdeu a Cruz de Cristo no símbolo, foi expulsa do Estádio do Restelo e depois obrigada a não usar o nome do clube original, fora outras demais batalhas jurídicas e além-relvados. Sem pouso próprio, a ter de arrendar campos de treino e de jogo, a hoje conhecida como B SAD ainda competiu quatro épocas seguidas - entre 2018 e 2022 - no principal campeonato português, tendo o Jamor como casa emprestada.

Condenado a andar colada a uma carapaça de incerteza, o clube disputou a II Liga esta temporada com a pior defesa (59 golos) da prova. Ainda logrou um 16.º lugar que lhe permitiu jogar no play-off de manutenção, última réstia desportiva quando, nos gabinetes, já se tinham feito manobras que condenariam a B SAD a uma morte simbólica: em março, assinou-se um protocolo entre o clube e a SAD do Cova da Piedade, sem futebol sénior há dois anos, para uma junção das entidades.

O que aconteceu este domingo, como tal, afetaria o ‘novo’ clube que viria na próxima temporada, já sem resquícios de B SAD, pois no acordo firmado ficou combinado que a fusão resultaria no Cova da Piedade SAD a competir com a licença desportiva da entidade liderada por Rui Pedro Soares desde a separação feita com o Belenenses.

E na mesma hora em que o Länk Vilaverdense garantiu, pela primeira vez na sua história, a subida à II Liga portuguesa de futebol, ao vencer por 1-0 no reduto do B SAD, os derrotados condenaram-se a um último ato descendente antes de desaparecerem.

Depois do empate a um golo em casa, na segunda mão do play-off de acesso ao segundo escalão o conjunto de Vila Verde impôs-se em Rio Maior com um tento solitário de João Batista, apontado aos 21 minutos, de cabeça, na sequência de um livre.

A BSAD disputou o play-off de acesso ao segundo escalão ao acabar a II Liga no 16.º lugar e o Vilaverdense por ter eliminado o Sporting de Braga B, depois de ter sido segundo no Grupo A da primeira fase e segundo no Grupo 1 de Promoção da Liga 3.

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