Futebol nacional

Manual de sobrevivência: o que Boavista, Farense, AVS e Estrela precisam para ficarem na I Liga

Manual de sobrevivência: o que Boavista, Farense, AVS e Estrela precisam para ficarem na I Liga
MANUEL FERNANDO ARAUJO
O Boavista é quem tem a manutenção mais dificultada. Por outro lado, o Estrela depende apenas de si para, na última jornada, renovar o vínculo com a Primeira Liga. A Tribuna Expresso faz as contas ao que cada equipa precisa de fazer para continuar no escalão mais alto do futebol português

Por definir está ainda um lugar (15.º) de permanência direta, o mais ambicionado posto para quem está na corda-bamba. Há também a hipótese de que a manutenção seja obtida de forma alternativa, ou seja, através de um playoff em que o 16.º classificado da Primeira Liga enfrenta o 3.º da Segunda num ajuste de contas a duas mãos. Ao 17.º e ao 18.º não restará outro fado que não seja a despromoção ao campeonato subcutâneo.

É altura de arrependimentos, de se pensar no que podia ter sido feito e não foi e de refletir sobre o impacto que os erros do passado têm no futuro. Na cauda da Primeira Liga, ainda há quatro equipas a viver da incerteza. Com a sobrevivência em risco estão o Boavista, o Farense, o AVS e o Estrela. Para este grupetto, a última jornada não vai ser um mero exercício de contemplação.

Com o aproximar da derradeira ronda de jogos, o Estrela é quem tem a operação de salvamento mais encaminhada. No baú da Reboleira há 29 preciosos pontos que não são garantia de nada, mas que permitem guardar uma distância de segurança para o rival mais próximo. Segue-se o AVS (27 pontos) que ocupa o andar que permite disputar um playoff. Mais afundado devido a questões de confronto direto, está o Farense (27 pontos). O Boavista (24 pontos) é quem tem feridas mais graves para curar e as esperanças já não são muitas.

Os jogos com equipas envolvidas na luta pela manutenção realizam-se à mesma hora (sábado, 18h). Na 34.º jornada, há um AVS-Moreirense, um Arouca-Boavista, um Farense-Santa Clara e um Estoril-Estrela. Não existindo duelos diretos, ainda mais dispersas por vários estádios vão estar as atenções.

A única hipótese que os axadrezados, campeões em 2000/01, têm para se manterem à tona é o playoff e chegar lá será um bico de obra. O Boavista tem obrigatoriamente que ganhar em Arouca e esperar que o AVS e o Farense, cumulativamente, percam. Nessa situação, a equipa de Stuart Baxter beneficiaria da vantagem do confronto direto que tem sobre ambos para saltar para o 16.º lugar.

Farense e AVS são quem dispõe de um maior número de cenários. Os algarvios recebem uma equipa envolvida na quezília pelo quinto lugar e, mesmo com um adversário difícil pela frente, se ganharem, podem vislumbrar a manutenção direta. Para isso, além de somarem os três pontos, é necessário que o Estrela e o AVS deslizem em simultâneo. Outra alternativa é o playoff, objetivo alcançável se os leões do sul ganharem e, entre AVS e Estrela (têm vantagem no confronto direto face ao emblema da Amadora), só uma equipa triunfar ou se o Farense empatar e o AVS perder.

Já o AVS vai colocar o Estrela em xeque com uma vitória, pois caso não faça o mesmo, a equipa treinada por José Faria será ultrapassada pelo conjunto da Vila das Aves. Em caso de igualdade pontual, são os recém-comandados de José Mota que prevalecem fruto da crucial vitória na penúltima jornada do campeonato na Reboleira. A situação do AVS permite, ainda que perdendo ou empatando, existam opções B e C. Em caso de empate na receção ao Moreirense, é possível permanecer no 16.º lugar se o Farense não ganhar. Perdendo, resta esperar que igual situação aconteça com Boavista e Farense.

O Estrela é a única equipa que depende de si para agarrar a manutenção direta. Para isso, basta somar mais um triunfo à sua coletânea. Do mesmo modo, se empatar e o AVS e o Farense perderem pontos, o 15.º posto fica assegurado. No entanto, os tricolores caem para o playoff, se perderem e só Farense ou só AVS ganharem. Imaginando que a dupla de adversários diretos vence e o Estrela sai derrotado, confirma-se a descida direta.

Também na Segunda Liga há assuntos por resolver no sprint final. Porém, está garantido que os três primeiros lugares vão ser distribuídos por Tondela, Alverca e Vizela. Duas destas equipas vão subir diretamente e uma vai lutar por esse objetivo frente ao antepenúltimo classificado da Primeira Liga. Nas quatro vezes que se realizou um playoff para decidir qual o último membro do campeionato principal da época seguinte, quem veio da Segunda Liga levou sempre a melhor.

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