O espanhol sofreu mas, num Philippe-Chatrier descoberto e soalheiro, conseguiu bater o húngaro Marton Fucsovics (6-1, 4-6 e 5-4). As dúvidas físicas que o próprio levantou não pareceram atormentá-lo e, na próxima ronda, Paris vai parar para um (último?) duelo entre dois dos melhores desportistas da história
Pode-se começar mais um texto a falar de last dance, do fim da história, do duelo final, da batalha para concluir a guerra…? Não? Então vamos por outro caminho.
Depois de mais de duas horas de um embate duro, fisicamente desgastante, Rafa Nadal serve para fechar o encontro contra o húngaro Marton Fucsovics. Na direção para a qual o espanhola golpeia a bola amarela, atrás da bancada enorme, está uma estátua de aço do melhor tenista de sempre em terra batida. Quantos desportistas na história dos Jogos Olímpicos terão jogado num recinto que tem uma estátua dedicada a eles?
O dia anterior, com o triunfo do Nadalcaraz com a cobertura do Philippe-Chatrier fechada, terminara com Rafa colocando dúvidas quanto à sua continuidade no torneio olímpico. Tinha de ouvir o seu corpo, disse o homem de 38 anos. Neste adeus em câmara lenta — perdão, lá estamos nós a usar ideias de last dance —, Nadal parece ir competindo pelas regras que Nadal dita. Até ao último momento, a presença de Rafa no torneio de singulares estava em dúvida.
Mas ele apareceu. E se apareceu.
A relação amorosa Nadal-Roland-Garros nunca é tão plena como numa tarde de sol. O pó de tijolo ganha um castanho mais vivo, as flores que se colocam à beira do court parecem sorrir na direção de quem as mira, a bola amarela é mais viva, cozinha-se uma receita de luz e vivacidade.
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