Emmanuel Macron não podia ficar indiferente ao momento. Se estes são, em parte, uns Jogos Olímpicos idealizados pelo presidente francês, os Jogos para mostrar Paris e voltar a sublinhar uma imagem-postal da cidade, o presidente de França não podia não reagir a este momento.
A promessa cumpriu-se. Aqui estão as competições no Sena, com o triatlo masculino e feminino inaugurando o rio como palco de provas.
Passados €1,3 mil milhões de investimento, depois dos adiamentos pela chuva, que diminuiu a qualidade das águas, após a proibição de ali treinar, eis o triatlo a começar com toda a gente a nadar no rio, o local onde, durante décadas e décadas, foi proibido nadar, o grande projeto de Macron e Anne Hidalgo, a presidente da câmara municipal de Paris.
E claro que Macron não podia ficar indiferente. Ainda a prova masculina não havia começado e já o presidente se congratulava nas redes sociais, escrevendo que “se conseguiu em quatro anos o que foi impossível em 100”. Os Jogos do sonho de Macron, do legado, da perpetuação de uma certa ideia da sua presidência.
Ao longo da história, os presidentes franceses foram sempre tentando deixar um qualquer legado em Paris, uma marca, o seu cunho pessoal nesta cidade que, em parte, conserva uma imagem imperial, um símbolo de estatuto e poder. Preocupado com essa imagem para a eternidade, Macron sublinhou que a possibilidade de nadar no Sena é um “património fabuloso para os residentes” - depois dos Jogos, espera-se que lá possam nadar -, bem como “para a biodiversidade”.
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