O CDS apresentou um voto de condenação pela “participação desigual de atletas femininos e masculinos nos Jogos Olímpicos” de Paris. O projeto, que deu entrada na sexta-feira no Parlamento, refere-se à polémica que envolve a participação da pugilista argelina Imane Khelif e da taiwanesa Lin Yu-ting (erradamente referida como “tailandesa” no voto do partido).
“O grupo parlamentar do CDS-PP apresenta um voto de condenação em relação aos recentes acontecimentos envolvendo a atleta argelina Imane Khelif. Esta atleta, assim como a tailandesa [taiwanesa] Lin Yu-ting, foi autorizada a participar nos Jogos Olímpicos, apesar de terem reprovado nos testes de género, o que suscita uma séria reflexão sobre a justiça e a integridade nas competições desportivas femininas”, lê-se no projeto de voto.
No primeiro caso, a italiana Angela Carini desistiu de um combate na quinta-feira, ao fim de 46 segundos, após um murro no nariz desferido por Khelif. Em lágrimas, a pugilista abandonou o ringue e falou em “injustiça”. O episódio gerou uma vaga de ataques transfóbicos contra a argelina, sugerindo tratar-se de um homem.
No dia seguinte, Yu-ting qualificou-se para os quartos de final ao vencer a uzbeque Sitora Turdibekova. A taiwanesa foi privada da medalha de bronze nos Mundiais de 2023 pela Federação Internacional de Boxe por “não cumprir os padrões de elegibilidade, com base nos resultados dos testes bioquímicos”. No entanto, o Comité Olímpico Internacional (COI) lembra que esta é já a segunda vez que a taiwanesa participa na competição, depois de ter estado presente em Tóquio em 2020.
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