Desde 1923 que é proibido nadar no Rio Sena, mas as promessas de retirar essa restrição têm sido persistentes de há 10 anos para cá. O objetivo é que fosse possível fazer as competições de natação de águas abertas. Contudo, o compromisso era que, depois dos Jogos Olímpicos, os parisienses (e turistas) conseguissem aproveitar o rio nos dias de mais calor.
Mas afinal, por que motivo é que até agora era proibido nadar no rio Sena?
Paris é uma das muitas cidades que tem um sistema de esgotos combinados, ou seja, as águas residuais e as águas pluviais da cidade correm pelos mesmos canos. O problema aparece quando há períodos de chuva intensa ou prolongada, uma vez que a capacidade dos canos é atingida e, por isso, acabam por ir parar ao rio e não a uma estação de tratamento.
Quando as águas residuais vão parar ao Rio Sena, acabam por contaminar o rio com substâncias indesejáveis ou poluentes, como é o caso da bactéria Escherichia (E. coli). Esta é uma bactéria que está presente nos intestinos dos humanos e de outros animais. Apesar de ser saudável ter esta bactéria no nosso intestino, a mesma pode causar doenças, como o caso de infecções do trato urinário e do trato digestivo.
Entre os motivos para apanhar infecções com esta bactéria está, segundo o Manual MSD na sua versão Saúde para Família, “engolir água com quantidade de cloro inadequada que tenha sido contaminada por fezes de pessoas infectadas em piscinas”. Além disso, o mesmo manual, refere que para prevenir infecções pela E. coli é necessário “não engolir água ao nadar ou brincar em lagos, lagoas, riachos, piscinas ou piscinas infantis”.
O que foi feito para tornar o Rio Sena próprio para nadar?
A cidade de Paris tem agora uma infraestrutura para reter a água quando chove e evitar que as águas dos esgotos vão parar ao rio que foi o grande cenário da cerimónia de abertura destes Jogos Olímpicos.
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