A dupla, atual campeã do mundo da distância, ficou perto do segundo pódio para Portugal em menos de 24 horas, mas terminou a menos de um segundo do bronze
Nos minutos que se antecederam à final de K2 500 metros, um conjunto de nuvens insiste em esconder o sol, tapando a luz de Vaires-sur-Marne, raios que costumam dar uma tonalidade cristalina às águas deste estádio aquático. Há vento, o quadro visual que se pinta é mais acinzentado, mas João Ribeiro e Messias Baptista sorriem quando entram para a embarcação que partilham.
A dupla prepara-se para segundos de esforço intenso. A reta que se percorre é longa, os 500 metros, a dado momento, dão ideia de nunca mais acabarem, de serem eternos, a meta vai-se afastando e não aproximando. Quando Ribeiro e Baptista a cortam, o pódio ficou perto.
João e Messias terminaram em 6.º, roçando a medalha. Numa disputa apertada, os portugueses fizeram 1:27.82 minutos, enquanto, em 3.º, os australianos Green e Van der West concluíram com 1:27.29.
O começo nacional, fase em que a dupla é especialmente forte, não foi famoso. Indo de trás para a frente, Ribeiro e Baptista estavam em 5.º a meio da prova. Chegaram a parecer em recuperação, atacando as medalhas, mas não conseguiram um vigoroso sprint final, num final de photo finish, por escassas margens.
O ouro foi alemão, para Lemke e Schopf. A prata foi para a Hungria, com Totka e Nadas.
Depois de Iúri Leitão, havia grandes esperanças depositadas nesta manhã de canoagem. Os campeões do mundo chegaram à final com facilidade, mas, numa disputa que se sabia renhida, muito apertada, faltara-lhes alguns centímetros.
Para João Ribeiro, canoísta de 34 anos com uma carreira excecional, cheio de medalhas em Europeus e Mundiais, a medalha olímpica volta a ficar muito perto. Em 2016, no Rio, o atleta de Esposende foi 4.º no K2 1.000 metros, sendo este o quarto diploma que obtém, juntando-se, ainda, ao 6.º lugar no K4 1.000 metros de 2016 e ao 8.º do K2 500 metros de Tóquio.
É mais uma prestação de mérito para a canoagem portuguesa, enorme fonte de competitividade nos últimos Jogos. Em Vaires-sur-Marne, as atenções nacionais voltar-se-ão, agora, para Fernando Pimenta, que competirá sábado. Ao final dessa manhã, tentará tornar-se no primeiro português com três medalhas olímpicas.
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