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Jogos Olímpicos de Paris 2024

“Durante os Jogos Olímpicos falamos de Desporto, lamentamo-nos do que deveria ser e não é no nosso país. Depois, cai no esquecimento”

“Durante os Jogos Olímpicos falamos de Desporto, lamentamo-nos do que deveria ser e não é no nosso país. Depois, cai no esquecimento”
Em resposta a três perguntas da Tribuna Expresso, Daniel Monteiro, o presidente da Confederação do Desporto de Portugal - entidade que reúne todas as federações que regulam modalidades no país -, traça os problemas de que o setor padece no país. Ao fim de mais um ciclo olímpico, ele espera que “desta vez seja a sério” que um Governo “passe finalmente das palavras aos atos”

É cíclico, a cada quatro anos a lenga-lenga pousa o disco e ele gira nos Jogos Olímpicos, o cume do Desporto que levou mais de 10 mil atletas a Paris e todos com histórias distintas, porque não há duas pessoas iguais, embora semelhantes na permeabilidade ao sacrifício. Só o conseguir estar entre o restrito grupo de qualificados é uma proeza de vida. Para qualquer um dos 73 portugueses que estiveram na capital francesa, terá uns acrescentos milagrosos.

Ser atleta entre os melhores que há no país e viver do alto rendimento não é fácil. Ciclicamente também são audíveis as queixas de quem representa Portugal nuns Jogos Olímpicos, nestes escutou-se Patrícia Sampaio, Rui Oliveira e Pedro Pichardo a lamentarem a falta de apoios, ou de atenção. Coincidentemente, os desabafos dos dois últimos sucederam com Luís Montenegro já em Paris, os ouvidos do primeiro-ministro nos mesmos azimutes para escutar os lamentos e depois dizer o que “o Desporto é uma política público que o Governo privilegia.”

Daniel Monteiro também lá estava. E ouviu. “São sinais positivos, mas a verdade é que, ao longo dos anos, o setor do Desporto tem visto muitas promessas e poucas concretizações”, avalia o presidente da Confederação do Desporto Nacional, à Tribuna Expresso, ciente de que nos elogios, nos abraços e nas palavras ternurentas de Luís Montenegro antes e após ter presenciado a conquista de duas medalhas não couberam referências ao que é gritante fazer para cuidar do setor em Portugal, nem ao que, mesmo com tantas carências, se vai fazendo bem.

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