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Jogos apolíticos? Atletas não estão pelos ajustes

Protesto em Londres contra as autoridades chinesas, recordando várias questões controversas envolvendo Pequim (Tibete, uigures, Hong Kong) e apelando ao boicote dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 2022
Protesto em Londres contra as autoridades chinesas, recordando várias questões controversas envolvendo Pequim (Tibete, uigures, Hong Kong) e apelando ao boicote dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 2022
MARK KERRISON / GETTY IMAGES

O Comité Olímpico abriu uma nesga, mas fixou regras para expressões de ativismo. Há um movimento a contestar

Jogos apolíticos? Atletas não estão pelos ajustes

Mafalda Ganhão

Jornalista

Jogadoras de várias seleções ajoelhadas contra o racismo, uma atleta no pódio com os braços em X em nome dos oprimidos, uma ginasta a concluir a eliminatória no solo erguendo o punho para evocar o movimento Black Lives Matter e duas ciclistas chinesas exibindo na entrega de medalhas um pin de Mao Tsé-tung (fundador da República Popular da China)... O ativismo olímpico pode não ter sido inaugurado em Tóquio, mas nunca antes se juntaram numa mesma edição dos Jogos Olímpicos (JO) tantas manifestações políticas ou sociais.

A organização não as aplaude. É certo que foi aligeirada a regra 50 da “Carta Olímpica”, que impõe neutralidade aos participantes, mas a manifestação de opiniões continua sujeita a limites: só pode ser feita em entrevistas e conferências de imprensa nas zonas mistas e em redes sociais, nunca no pódio. A discussão sobre o tema aumentou, havendo quem fale em hipocrisia quando o Comité Olímpico Internacional (COI) apela ao ideal apolítico dos JO.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: MGanhao@expresso.impresa.pt