Jogos Olímpicos

As pernas que tremeram a Fernando Pimenta e o “filhote” de Ana Cabecinha: os porta-estandartes de Portugal foram recebidos por Marcelo

As pernas que tremeram a Fernando Pimenta e o “filhote” de Ana Cabecinha: os porta-estandartes de Portugal foram recebidos por Marcelo
ANTÓNIO COTRIM/Lusa

O canoísta e a marchadora foram, segundo Marco Alves, chefe da missão portuguesa para os Jogos Olímpicos de Paris, duas “escolhas óbvias”. Fernando Pimenta e Ana Cabecinha receberam, esta segunda-feira, as bandeiras de Portugal que vão erguer na cerimónia de abertura das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa

Fernando Pimenta e Ana Cabecinha ficaram a saber, esta segunda-feira, que vão ser os porta-estandartes de Portugal na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris2024, com o canoísta a falar em momento marcante e a marchadora em reconhecimento.

Durante a receção aos atletas apurados para Paris2024 nos jardins do Palácio de Belém, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) anunciou quem seriam os dois responsáveis por transportar na cerimónia de 26 de julho a bandeira portuguesa, que lhes foi entregue pelo Presidente da República.

“Sem dúvida que receber a nossa bandeira, o nosso símbolo maior, das mãos do Presidente da República foi um momento bastante marcante. Como estava a confidenciar com o chefe de Missão, já não me tremiam as pernas há algum tempo e hoje senti uma vibração diferente quando recebi a bandeira”, assumiu Pimenta, que recusou entregar a bandeira a quem quer que fosse.

Já com uma medalha de prata, em K2 1.000 metros, em Londres2012, com Emanuel Silva, e uma de bronze, em K1 1.000, em Tóquio2020, o canoísta de 34 anos não quis apontar, para já, para outra medalha, pois quer ir “passo a passo, sem pressão”.

“A responsabilidade é sempre a mesma, porque eu ponho sempre a máxima responsabilidade nos momentos que represento Portugal”, garantiu, assegurando que o presidente do COP nunca lhe “pede nada”, porque sabe que dá sempre o seu melhor.

Aos 40 anos e dois meses depois de ser mãe, Ana Cabecinha admite que “tudo mudou em menos de um ano”, depois de ter feito os mínimos para os 20 km marcha em agosto de 2023, assegurando os seus quintos Jogos Olímpicos.

“Fui mãe faz hoje dois meses. Juntou-se a preparação com o filhote e agora esta grande responsabilidade de poder ser porta-estandarte na cerimónia de abertura e eu estou felicíssima de poderem ser os meus quintos Jogos Olímpicos com esta grande responsabilidade”, referiu a marchadora, que hoje foi à apresentação da Missão portuguesa com o filho Lourenço.

Para a algarvia, “o grande prémio é sem dúvida o filhote”, que a vai acompanhar a Paris, mas assume que “esta bandeira é um grande reconhecimento por quase 30 anos de carreira”, agradecendo “por este carinho e esta responsabilidade”.

“Eu em quatro Jogos Olímpicos nunca estive em cerimónias de abertura, foi sempre nas de encerramento. Este ano vai ser ainda mais brilhante estar na cerimónia e poder ter esta responsabilidade. Vai ser uma surpresa para mim também. Estou felicíssima e estou ainda mais à espera que comecem os Jogos Olímpicos”, assumiu Cabecinha, que tem como melhor resultados os dois oitavos lugares em Pequim2008 e Londres2012.

Atletas foram “escolhas óbvias”

“Não é preciso explicar, estamos a falar de dois atletas que têm a carreira que têm. O Fernando com tudo o que já conquistou e tem conquistado num passado recente. A Ana também com a história olímpica que já transporta na sua carreira. Seriam nomes para mim óbvios para este momento”, assumiu Marco Alves, o chefe da missão portuguesa em Paris.

O nome dos dois porta-estandartes foi revelado durante a receção aos atletas apurados para Paris2024 nos jardins do Palácio de Belém, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a entregar a cada um deles uma bandeira portuguesa.

“Sobre a cerimónia de abertura, tenho uma perspetiva diferente daquilo que muitas vezes é alimentado nestes momentos. Para mim, não é um momento em que se coloca mais expectativa e mais ansiedade sobre os potenciais candidatos a medalhas, mas são momentos em que se deve celebrar aquilo que os atletas já fizeram pelo país”, notou.

Nesse sentido, Marco Alves acredita que “tanto o Fernando como a Ana estão num nível” em que se deve agradecer por tudo o que deram ao país.

“A cerimónia de encerramento ficará reservada para o maior sucesso da nossa comitiva e será aí que a celebração das medalhas terá o seu espaço”, assegurou.

Sobre a cerimónia de abertura, Marco Alves disse “está confirmada no Sena”, depois de várias dúvidas que foram sendo colocadas, sobretudo ao nível da segurança.

“O que está previsto é que cada país possa ocupar um barco. Ou seja, o desfile seja feito por país. Na circunstância de não haver atletas suficientes para encher um barco, vai haver mistura de países. [...] É uma reunião que só teremos com o Comité Organizador no dia antes da cerimónia. Só teremos confirmação se iremos sozinhos ou com algum país no barco já muito em cima da cerimónia”, explicou.

Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto, com Portugal a estar representado por 73 atletas em 15 modalidades.

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