Miguel Monteiro, o novo campeão paralímpico português, tem um pedido a fazer: “Nós precisamos de atletas e que os pais libertem os filhos”
JULIEN DE ROSA
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Jogos Paralímpicos

Miguel Monteiro, o novo campeão paralímpico português, tem um pedido a fazer: “Nós precisamos de atletas e que os pais libertem os filhos”

A primeira medalha portuguesa em Paris foi de ouro. Miguel Monteiro alcançou, aos 23 anos, um feito histórico ao bater o recorde paralímpico do lançamento do peso, com a marca de 11,21 metros. O atleta, que já detinha o recorde mundial, considera-se um privilegiado pelo posto que ocupa

“Sou um privilegiado por estar aqui, pela família que tenho, pelas pessoas à minha volta. Todos juntos conseguimos com que este ouro fosse alcançado.” Um privilégio que se constrói, ou, no caso de Miguel, que se arremessa para que chegue o mais longe possível.

O contacto com o desporto começou cedo. Na natação e por iniciativa dos pais, Miguel deu as primeiras braçadas por um percurso desconhecido. Das piscinas aos toques na bola, apenas em 2014 é que o atleta natural de Mangualde ingressou na modalidade que o viria a catapultar para palcos internacionais. Desde então, atleta e treinador tornaram-se inseparáveis. João Amaral nem se quer imagina deixar de treinar Miguel. “Nunca pensei nisso, mas se for o melhor para o Miguel, tudo bem.”, confessa.

Faz 10 anos desde que esta dupla vencedora se uniu. E não demorou até Miguel demonstrar todo o potencial na modalidade.

Com 15 anos, atleta e treinador viajaram até Itália para a primeira prova internacional. “Foram duas semanas. Muito tempo. Os meus pais tiveram de habituar-se rapidamente a estas minhas andanças e eu também. Acho que lhes custou mais a eles, porque eu, apesar de tudo, estava distraído nas provas e nos treinos”, recorda Miguel.

E, a partir de Itália, Miguel e o “Sr. João”, como é carinhosamente apelidado pelo atleta, já estiveram presentes em países como Alemanha, Brasil, Chéquia, China, Croácia, Dubai, Espanha, França, Inglaterra, Japão, Marrocos e Polónia. No entanto, foi em Portugal que o atleta se superou como nunca tinha conseguido.

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