Marco Meneses foi 6.º nos 200 metros estilos SM11 da natação e garante mais um diploma para Portugal em Paris 2024
ANTÓNIO PEDRO SANTOS
Nadador de Castro Daire, de 23 anos, acabou a sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris, onde foi também 5.º nos 400 livres e 100 costas e 9.º nos 50 livres. Depois de ter vivido “uma experiência única, diferente de tudo o que já viveu“, promete focar-se no trabalho para voltar ainda mais forte
Os 200 metros estilos SM11, para atletas com deficiência visual total ou quase total, eram a última prova de Marco Meneses nestes Jogos Olímpicos, em Paris. Depois de um 9.º lugar nos 50 livres e de dois 5.º lugares nos 400 livres e 100 costas, o nadador de Castro Daire como que parecia acariciar o sucesso metálico, ou seja, a desejada primeira medalha paralímpica, naqueles que são os seus segundos Jogos, depois de Tóquio, há três anos. Mas Marco sabia o que o esperava. “Os 200 metros não são, nem de perto, a minha prova principal. Vim nadar para melhorar a minha marca pessoal e foi isso que fiz”, começou por revelar o atleta português.
A medalha não chegou, mas veio mais um diploma para o pecúlio da missão portuguesa. O périplo de Marco pela piscina da La Défense Arena acabou com um 6.º lugar numa prova que requer destreza nos quatro estilos. Com alguma dificuldade na mariposa, até devido a uma operação recente, o jovem de 23 anos perdeu logo algum terreno de entrada, recuperando depois bastante para os rivais em costas, uma das suas especialidades.
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O percurso de bruços veria Marco, que começou a nadar depois de perder a visão aos seis anos, ficar novamente um pouco para trás, mas a estocada final em estilo livre, um último e derradeiro esforço, garantiria-lhe o 6.º lugar, com 2.37,84, batendo o seu recorde pessoal, que também era recorde nacional, de 2.41,20. “Estar em Paris é diferente de tudo o que já fiz e vivi até hoje. Nunca nadei perante tanto público e tanto apoio. Infelizmente, os 100m costas não correram como queria, mas vou trabalhar para que numa próxima corra melhor”, acrescentou.
ANTÓNIO PEDRO SANTOS
O nadador, que treina em Castro Daire numa piscina de 25 metros e, em Viseu, numa de 50, sabia que “o nível de competitividade seria muito alto”, mas na sua prova de eleição faltou-lhe estar num dia feliz: “simplesmente não consegui”. Esperam-no dias de algum descanso, entre familiares e amigos que já o esperam, pois foram “três anos de muito trabalho para chegar aqui”, finalizou.
A medalha de ouro foi para o recordista mundial, e agora recordista paralímpico, Rogier Dorsman, dos Países Baixos, com a prata a ir para o ucraniano Danylo Chufarov e o bronze para o jovem David Kratochvil, checo de apenas 16 anos.