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Jogos Paralímpicos

Carolina apanhou o 'expresso da vitória' e deu a sétima medalha a Portugal: “Esta é uma vitória para todas as mulheres e mães”

Carolina apanhou o 'expresso da vitória' e deu a sétima medalha a Portugal: “Esta é uma vitória para todas as mulheres e mães”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

No dia em que, em pleno Stade de France, se bateram recordes de assistência (67,600 espectadores), Carolina Duarte não se fez rogada, brindou a plateia com uma performance de se tirar o chapéu, e conseguiu a medalha de bronze. A glória da mística por trás do número sete deve as honras à vice-campeã mundial dos 400 metros T13 (deficiência visual)

Diz a sabedoria popular que chuva é sinónimo de bonança. Não que tenha chovido durante a prova dos 400 metros T13, mas ainda restavam provas da noite aguada, brilhando como luz refletida, na pista azul que envolve o Stade de France. Poderia estar com menos aderência, mais escorregadia, mas isso não impediu Carolina de também brilhar.

Aos 34 anos, a atleta que representa o JOMA, Juventude Operária do Monte Abraão, é consagrada, pela primeira vez, com uma medalha paralímpica. “Estou muito feliz por ter corrido ao meu mais alto nível. Não é a minha melhor marca de sempre, mas é espetacular chegar a setembro e estar numa das minhas melhores formas. Estou muito feliz por ter conquistado esta medalha”, refere enquanto tenta recuperar o fôlego.

A vice-campeã mundial dos 400 metros T13 (deficiência visual) chegou à final com a melhor marca das eliminatórias (55:99). Na final, até melhorou o tempo (55:52), mas ficou atrás da brasileira Rayane Soares (ouro) e da azeri Lamiya Valiyeva (prata).“A esperança é sempre a última a morrer. São 400 metros, não são 300 nem 350, portanto é sempre acreditar até ao fim. Pensei para mim, ela vai quebrar, ela vai quebrar. No fim não quebrou, mas, o importante, é acreditar até ao fim”.

Ainda assim, a atleta não correu sozinha. “Hoje eu corri, mas com um batalhão a empurrar-me. Desde as pessoas que me ajudam na parte psicológica, à nutrição, fisioterapeutas, treinador, comité, federação, a minha mãe e irmã que me ajudam com a minha filha, o meu marido que cuida dos cães… Esta medalha e para todos eles e para Portugal inteiro.”

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