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Norberto Mourão fecha participação lusa em Paris com um quarto lugar na canoagem e uma promessa: “Enquanto houver força é para continuar”

Norberto Mourão fecha participação lusa em Paris com um quarto lugar na canoagem e uma promessa: “Enquanto houver força é para continuar”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Consta que o número oito é dono de uma simbologia de equilíbrio cósmico. Os astros, desta vez, não estavam alinhados para uma conquista no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, em França, mas quase. O canoísta português, natural do Douro, Norberto Mourão, que havia sido medalha de bronze em Tóquio2020, ficou a cerca de um segundo de repetir o feito na prova de despedida dos portugueses nos Jogos Paralímpicos

Bronze em Tóquio, ouro no Europeu 2024, prata no Europeu 2023, bronze no Mundial 2022, bronze no Europeu 2022, bronze no Mundial 2021. O multimedalhado Norberto Mourão já não vai para novo, mas ainda ensina os mais novos com quantos paus se faz uma canoa. É apenas um. E o vila-realense, de 43 anos ainda voa sob as águas. O canoísta terminou na quarta posição a prova de 200 metros VL2 dos Jogos Paralímpicos Paris2024 na qual tinha conquistado a medalha de bronze em Tóquio2020. “Acabei completamente no limite, então estou satisfeito. É claro que trabalho para ganhar, mas, seja como for, estou satisfeito. Queria a medalha, mas sei que fiz uma prova extraordinária.”

No Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, Norberto Mourão, cronometrou na final 52,90 segundos, a sua melhor marca de sempre, mas ficou fora do pódio. “O quarto lugar é o lugar mais ingrato. Não é para este posto que treinamos”, acrescentou.

A prova até começou bem para o português e nos primeiros metros sentia-se que poderia lutar pela glória até ao fim, lado a lado, com os seus adversários. Mourão já tinha conhecimento prévio deste lugar. “Já tinha tido um estágio aqui, já sabia que ia apanhar este tipo de condições. A água é muito boa, é limpa, a pista é rápida por isso eu sabia que ia ser extraordinário.”

Na bancada, as bandeiras portuguesas esvoaçavam perante as largas centenas de pessoas que assistiam ao perfilar dos atletas. Ouvia-se, em bom português, “Norberto, Norberto”. E isso não passou indiferente ao próprio. “Quando disseram o meu nome ouvi a bancada toda ao rubro. Isso deu-me ainda mais força. Tenho aqui presente a minha família, o meu filho de oito meses também está cá. Queria dar-lhes algo mais que um quarto lugar. Não foi possível, mas entreguei tudo o que tinha.”

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