Bronze em Tóquio, ouro no Europeu 2024, prata no Europeu 2023, bronze no Mundial 2022, bronze no Europeu 2022, bronze no Mundial 2021. O multimedalhado Norberto Mourão já não vai para novo, mas ainda ensina os mais novos com quantos paus se faz uma canoa. É apenas um. E o vila-realense, de 43 anos ainda voa sob as águas. O canoísta terminou na quarta posição a prova de 200 metros VL2 dos Jogos Paralímpicos Paris2024 na qual tinha conquistado a medalha de bronze em Tóquio2020. “Acabei completamente no limite, então estou satisfeito. É claro que trabalho para ganhar, mas, seja como for, estou satisfeito. Queria a medalha, mas sei que fiz uma prova extraordinária.”
No Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, Norberto Mourão, cronometrou na final 52,90 segundos, a sua melhor marca de sempre, mas ficou fora do pódio. “O quarto lugar é o lugar mais ingrato. Não é para este posto que treinamos”, acrescentou.
A prova até começou bem para o português e nos primeiros metros sentia-se que poderia lutar pela glória até ao fim, lado a lado, com os seus adversários. Mourão já tinha conhecimento prévio deste lugar. “Já tinha tido um estágio aqui, já sabia que ia apanhar este tipo de condições. A água é muito boa, é limpa, a pista é rápida por isso eu sabia que ia ser extraordinário.”
Na bancada, as bandeiras portuguesas esvoaçavam perante as largas centenas de pessoas que assistiam ao perfilar dos atletas. Ouvia-se, em bom português, “Norberto, Norberto”. E isso não passou indiferente ao próprio. “Quando disseram o meu nome ouvi a bancada toda ao rubro. Isso deu-me ainda mais força. Tenho aqui presente a minha família, o meu filho de oito meses também está cá. Queria dar-lhes algo mais que um quarto lugar. Não foi possível, mas entreguei tudo o que tinha.”
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