Jogos Paralímpicos

Luís Costa, medalhado de bronze nos Jogos Paralímpicos, teve teste anti-doping positivo em Paris, mas está “de consciência tranquila”

Luís Costa, medalhado de bronze nos Jogos Paralímpicos, teve teste anti-doping positivo em Paris, mas está “de consciência tranquila”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O paraciclista português, de 51 anos, teve um “resultado analítico adverso” num controlo anti-doping feito em Paris, já depois de conquistar o bronze na prova do contrarrelógio de estrada. Luís Costa está suspenso, mas não vai perder a medalha (tal só acontece após se esgotarem todos os recursos que o atleta pode apresentar) e diz que a substância detetada veio de um diurético que tomou. Este é o segundo caso de dopagem a envolver um português nesta edição dos Jogos (o outro foi com Simone Fragoso)

O português Luís Costa, que conquistou a medalha de bronze no contrarrelógio de ciclismo de estrada da classe H5 dos Jogos Paralímpicos Paris2024, teve um controlo antidoping positivo, informou, esta terça-feira, o Comité Paralímpico de Portugal (CPP).

“O CPP foi notificado pelo Comité Paralímpico Internacional, em data posterior à da competição do atleta Luís Costa, de que este apresentou um ‘resultado analítico adverso’ em teste de controlo antidoping realizado em Paris”, lê-se no comunicado do organismo paralímpico nacional.

Luís Costa, de 51 anos, está “provisoriamente suspenso, estando a decorrer o prazo legal para o atleta exercer o seu direito de defesa”, esclarece o CPP, acrescentando que os atletas portugueses foram controlados durante o estágio realizado na Cidade do Futebol, em Oeiras, entre 23 e 25 de agosto, pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP).

O atleta reagiu à notícia, via Facebook, admitindo que foi “do céu ao inferno” e garantindo que está “de consciência tranquila” quanto à sua inocência. “Fui notificado de que testei positivo para uma substância proibida, em teste antidoping realizado em Paris dois dias antes de competir. Segundo o relatório, trata-se de um diurético (chlortalidona). Não tomei deliberadamente tal substância e já pedi a contra-análise”, escreveu.

Luís Costa acrescentou que “avizinham-se tempos muito difíceis” e o “julgamento público será imediato e implacável, como sempre acontece nestas situações”.

Contactado pela Lusa, o chefe da Missão de Portugal a Paris2024, Luís Figueiredo, esclareceu que “a suspensão provisória do atleta não implica, para já, a retirada da medalha, que só poderá acontecerá depois de esgotados todos os recursos legais ao dispor do atleta”.

Na passada quarta-feira, Luís Costa conquistou a medalha de bronze paralímpica na prova de contrarrelógio de ciclismo de estrada da classe H5 (handbikes), ao percorrer os 28,3 quilómetros da prova, disputada em Clichy-Sous-Bois, em 44.26,32 minutos, ficando a 3.34,73 do vencedor, o neerlandês Mitch Valize (41.01,59).

“O CPP repudia qualquer forma de adulteração de resultados e pugna por um desporto limpo e transparente”, acrescentou ainda o organismo no comunicado.

Este foi o segundo caso de doping da missão lusa aos Jogos Paralímpicos Paris2024, que terminaram no domingo, depois de Simone Fragoso ter ficado afastada da estreia portuguesa nas provas de powerlifting, após três presenças como nadadora.

Portugal terminou os Jogos Paralímpicos Paris2004 com sete medalhas e outros 18 diplomas.

(artigo atualizado às 17h36 com a reação de Luís Costa à notícia do seu teste de anti-doping positivo.)

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