Jogos Paralímpicos

O paralímpico David Araújo deixou de poder ir à faculdade e aos treinos de boccia depois de lhe roubarem a cadeira de rodas elétrica

O paralímpico David Araújo deixou de poder ir à faculdade e aos treinos de boccia depois de lhe roubarem a cadeira de rodas elétrica
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Cadeira foi furtada de garagem na cidade do Porto. Atleta do FC Porto diz que já foi contactado pelo clube, que se mostrou disponível para ajudar. Uma cadeira elétrica nova, feita à medida das necessidades do jovem de 17 anos, pode custar à volta dos 40 mil euros

Lusa

O atleta paralímpico de boccia David Araújo perdeu quase toda a sua autonomia em termos de deslocações desde terça-feira, depois de a sua cadeira de rodas elétrica ter sido furtada da garagem do prédio onde vive, no Porto.

“Na noite segunda para terça-feira assaltaram a garagem do prédio onde vivo e levaram a cadeira, que estava a carregar, e que fica sempre lá, porque não cabe no elevador”, explicou David Araújo, de 17 anos, à agência Lusa.

O atleta do FC Porto, que foi o mais jovem da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, explica que a falta de cadeira lhe causa grandes transtornos ao nível da mobilidade.

“Eu costumava ir de metro para a faculdade e também ia sozinho para os treinos [no Estádio do Dragão], sem a cadeira não consigo fazer isso”, referiu, acrescentando: “A cadeira foi feita à minha medida e tem todas as sofisticações de que preciso”.

Desde o desaparecimento da cadeira, que há seis anos custou cerca de 10.000 euros, David Araújo depende da família para todas as deslocações, nomeadamente para a faculdade, onde ingressou este ano para estudar Direito.

“Com a cadeira manual é tudo muito mais complicado, e não tenho a liberdade que tinha com a outra. Aquela cadeira era muito específica, já experimentei outra que não foi feita à minha medida e achei muito desconfortável”, afirmou.

David Araújo, campeão nacional de boccia na classe BC2, estreou-se em Jogos Paralímpicos em Paris 2024, onde competiu nos torneios individual e de equipas BC1/BC2, nos quais foi 11.º e 9.º classificado, respetivamente

O atleta garante já ter sido contactado pelo seu clube, o FC Porto, que se manifestou disponível para ajudar, e refere que uma cadeira nova poderá custar “à volta de 40.000 euros”.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt