Liga dos Campeões

A organização do Chelsea contra as sete vidas do Real: daqui sairá o próximo finalista

A organização do Chelsea contra as sete vidas do Real: daqui sairá o próximo finalista
Gonzalo Arroyo - UEFA

O finalista que falta descobrir na Liga dos Campeões será descoberto esta noite, no jogo entre uma equipa "na verdadeira conceção da palavra" e um conjunto cuja força "assenta, sobretudo, na capacidade dos seus jogadores mais importantes". O empate a 1-1 na primeira mão torna praticamente impossível definir um favorito entre Chelsea e Real Madrid

João Almeida Rosa

João Almeida Rosa

Treinador de futebol

Um pouco como no embate entre Manchester City e PSG, em que os citizens seguiram em frente, também nesta eliminatória entre Chelsea e Real Madrid podemos considerar estar perante uma batalha entre a força de um coletivo sólido e a de um conjunto de alguns dos melhores jogadores do mundo.

Por um lado, a equipa (na verdadeira conceção da palavra) do Chelsea, que desde a chegada de Thomas Tuchel assentou num 3x4x3 ofensivo, com dinâmicas bem alicerçadas, tendo alcançado resultados inquestionavelmente positivos. Lugar de Champions na Liga (quando chegou o clube estava em 8.º), está na final da Taça de Inglaterra e nas meias-finais da Liga dos Campeões, tendo até ligeira vantagem face ao Real Madrid pelo empate com golos em Madrid. Contudo, mais do que tudo isto, um futebol interessante, ofensivo, com princípios claros e dos quais Tuchel não abdica.

Por outro lado, um Real Madrid cuja força assenta sobretudo na capacidade dos seus jogadores mais importantes. Modric e Kroos são dos melhores médios do mundo e têm uma influência grande no desenrolar de qualquer partida, Benzema vive para lá dos 30 anos de idade a sua fase de maior protagonismo (foi ele, claro, quem marcou o golo dos merengues) e, além destes, há vários elementos em boa forma como Courtois, Militão ou Vinícius.

No primeiro jogo, o Chelsea foi quem entrou melhor, marcando um, mas perdendo mais algumas oportunidades. No entanto, o Real Madrid, como já vem sendo imagem de marca, reergueu-se de um momento para o outro, empatou e equilibrou o jogo. Trata-se de um conjunto que, mesmo sem parecer tão sólido, possui a estaleca necessária para gerir o seu estado de espírito e os grandes momentos como poucos outros, ora pela personalidade dos seus jogadores basilares como pela essência do clube, que vive para a Liga dos Campeões.

Assim, e vindo de um empate a uma bola na 1.ª mão, é praticamente impossível definir um favorito. O Chelsea é quem melhor joga, mas a qualidade e experiência dos jogadores do Real Madrid podem fazer a diferença. A responsabilidade, essa, pende mais para os espanhóis, que são quem precisam de fazer pela vida, uma vez que o resultado é favorável aos ingleses. Ainda assim, tratando-se de uma margem tão curta, é pouco provável que esse elemento marque diferenças profundas nas abordagens dos dois técnicos.

A maior curiosidade face às opções de Tuchel e Zidane é mesmo perceber como vai o treinador francês lançar a sua equipa – se novamente com uma linha de 5, para conseguir controlar a largura do ataque dos blues, ou se se apresenta no mais habitual 4-3-3 e tenta impor o seu jogo. Já o treinador alemão não deverá surpreender, nem no que toca à estrutura da equipa nem na abordagem, que deve ser coerente com o que tem feito desde a sua chegada: construir curto, assumir alguns riscos, tentar ter bola e não fugir à sua matriz identitária.

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